sexta-feira, 1 de abril de 2011

Reconstrução (quase) total

Quem passeia pelas ruas de Munique observando sua beleza, seus prédios e monumentos, jamais pensaria que metade da cidade foi destruída durante a Segunda Grande Guerra.

(Até os símbolos da cidade - ou, principalmente eles - foram "vítimas" das disputas. Aqui, torres da catedral de Nossa Senhora de Munique)

A guerra praticamente começou na cidade: em setembro de 1938 foi convocada uma conferência com o nazista Adolf Hitler e diversas lideranças para discutir a anexação dos Sudestos, região da atual Tchécoslováquia aonde existiam minorias germânicas, ao território alemão. A pressão foi tanta que ingleses e franceses, com medo da iminente guerra, cederam. Essa seria a última reunião que tentou estabelecer a paz entre os povos. Depois, o governo alemão continuou anexando outros territórios e aumentando a insatisfação entre os países europeus. A guerra estoura um ano depois, em setembro de 1939.

A cidade foi alvo de diversos ataques. Muitas pessoas morreram com bombardeios a bares, casas e dependências públicas. Se você reparar bem, ainda é possível ver as marcas da guerra. Na foto abaixo, há um prédio todo rebuscado, cheio de detalhes. Ao lado, um edifício comum, sem muitos enfeites. Possivelmente, esse prédio rosa já foi como o amarelo, mas ficou sem suas características originais depois de algum ataque.

(A cidade está cheia de exemplos como esse. Foto tirada desse link)

A ideia do secretário de obras, Karl Meitinger, era preservar os monumentos históricos e suas fachadas medievais mas também modernizar Munique, na medida em que a população e a própria cidade pediam ruas mais largas, transporte público eficiente, priorização do pedestres em algumas vias, entre outros.

A lista de monumentos que sofreram bombardeios também é grande. A antiga Câmara Municipal, por exemplo, foi totalmente destruída. Depois da guerra, o governo tratou de se mobilizar rapidamente para reconstruí-la, dando-lhe o mesmo aspecto de quado ele era a porta de entrada da cidade. A Peterskirche, igreja de São Pedro, precisou de 10 anos para ser totalmente restaurada. A Residenz também sofreu ataques, mas teve uma rápida intervenção.

(Câmara Municipal. Tipicamente alemã)

O que espanta, além da forma como a cidade se restabeleceu, é a rapidez com que isso foi feito. A maior parte dos monumentos foi reconstruído com até 30 anos, efeito da vontade política de apagar a destruíção causada pela guerra e, ao mesmo tempo, respeitar os sentimentos das pessoas que perderam casas e familiares. Poucas foram os monumentos que demoraram para ser restauradas, como a catedral de Nossa Senhora de Munique. Suas reconstrução começou logo depois da guerra e foi feita em etapas. A última terminou ainda em 1994.

Munique também ganhou novos edifícios. É o caso da Neue Pinakothek, um prédio em forma de 8 (talvez uma forma de simbolizar o infinito) construído entre os anos de 1975 e 1981. Os gastos foram de 50 milhões de euros, tornando-se o maior museu alemão construído no pós-guerra. No acervo, as obras vão das pinturas clássicas até os impressionistas, com nomes de artistas renomados como Claude Monet.

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