sábado, 31 de julho de 2010

Euro, Dólar, Traveler Cheque, Cartão de crédito ou Visa Travel Money?

Com todos os documentos arrumados, o próximo ponto importante para se pensar é o dinheiro. Afinal, dinheiro também é qualidade de vida. Durante o intercâmbio, é preciso pagar pela moradia universitária, pelas refeições, pelo transporte e também - claro - pela viagens paralelas ao longo do semestre.

Para escolher o que usaria, recorri a diversas matérias na internet e conversei com várias pessoas que já foram para o exterior. No fim, decidi levar uma certa quantia de euros em dinheiro (é sempre bom levar notas da moeda corrente para pagar alguma taxa "extra") e um Visa Travel Money, um cartão de saque e débito internacional.

Para ajudar quem ainda não se decidiu, vou reproduzir aqui uma matéria do blog Viaje na Viagem, do Ricardo Freire, escrita em 25 de julho de 2009. Ele dá os prós e contras de todas as formas de dinheiro para quem vai viajar para o exterior.

DÓLAR, EURO, LIBRA (e, vá lá, PESO)

Vantagens:

- Com a grana na mão você não corre o risco de perder dinheiro em uma eventual desvalorização do real até o fim da sua viagem (E o assunto morre ali: logo depois de efetuada a compra você para de pensar se fez um bom negócio ou não).

- Se você viajar para lugares onde a moeda é corrente, não vai precisar se preocupar em faezr câmbio. Hurra!

- Se sobrar, você pode guardar para a próxima (e você vai se dar conta de que não existe dinheiro mais barato e bem vindo do que dólar de gaveta)

- Na Europa, recomenda-se, principalmente para integrantes dos grupos mais visados - rapazes, mulheres jovens, estudantes, participantes de simpósios e congressos - passar pela imigração com 60 euros em espécie por pessoa por dia de estada. (Caso o agente implique com você, não ter esse dinheiro vivo em mãos pode dar o argumento objetivo de que ele precisa para barrar sua entrada)
(Foto tirada desse link)
Desvantagens:

- A compra é feita na cotação "turismo" (dólar-turismo, euro-turismo), que é significativamente mais cara do que a cotação comercial (sexta passada, enquanto o dólar comercial estava 2,02, o turismo estava 2,15 - 6,4% mais alta); ou ainda no "paralelo", que pode ser mais caro ainda.

- Se você viajar para lugares em que o dinheiro não seja moeda corrente (dólar no Peru e euro na Hungria), vai ter que procurar casa de câmbio e passar toda vez pelas mesmas dúvidas. Seráq ue não coinssigo uma cotação melhor? Será que não estão me engabelando na comissão? (Quando você se dá conta, perdeu uma manhã por causa de tostões, e ainda ficou num mau humor do cão.)

- Andar com dinheiro vivco/guardar dinheiro vivo no hotel são fontes de preocupação constante. (Na Europa sobretudo o que não falta são mãos leves.)

Precauções:
- Antes de comprar peso argentino no Brasil veja se a cotação vale a pena. Consulte o site Dolar Hoy.

Oportunidades:

- Comprar dólar ou euro de amigo/conhecido é uma ótima: dá para estabelecer uma cotação inetrmediária entre os valores de compra (sempre baixos para o seu amigo) e venda (sempre altos para você), e todo mundo sai ganhando.

REAL

- Só vale mesmo na Argentina (e no Uruguai) - mas é preciso saber onde fazer câmbio, senão você vai perder dinheiro. O Banco Nación do aeroporto (funciona 24 horas, 365 dias), costumava ter uam ótima cotação, mas parece que naõ é mais tão garantido assim. Veja antes no Dólar Hoy que mostra em que banco conseguir o melhor preço. Muitos dos bancos e corretoras com as cotações boas ficam na calle Sarmiento, no centro, e funcionam, claro, em horário bancário. As casas de câmbio comuns costumam ter cotações melhores enquanto os bancos estão abertos. Fora do horário bancário e nos fins de semana, elas aproveitam a falta de concorrência para jogar o câmbio no chão.

- Nos outros países você pode até achar quem compre real, mas a cotação sempre vai ser muito ruim.

TRAVELERS CHEQUE

Vantagens:

- Se você perder ou for roubado, pode recuperar o valor não usado.

- Você se garante contra desvalorizações e pode usar os cheques que sobrarem em viagens futuras.

- Nos Estados Unidosa é usado normalmente pelo comércio, hotéis e restaurantes.

(Foto tirada desse link)

Desvantagens:

- A cotação é a do dólar-turismo.

- Na Europa e em outros lugares perde-se MUITO TEMPO procurando um lugar para trocar os travelers com boa cotação e sem comissão.

Precaução:
- Se você optar por esse meio e for para um destino que não os Estados Unidos, saia de casa com os endereços (devidamente google-mapeados) dos postos de troca, informe-se dos horários em que estão abertos e programe as suas incursões cambiais como quem visitas a museus. Caso contrário, prepare-se para sofrer: "Ih, ta acabando o dinheiro, precisamos trocar travelers", é o prenúncio de um dia conturbado e com programas cancelados.

SAQUES NO EXTERIOR

Pergunte ao seu gerente se o seu cartão de banco dá direito a saques no exterior na função conta-corrente. Esse é um benefício cada vez mais comum.

Vantagens:

- A conversão é feita por uma cotação muito próxima à taxa interbancária - ou seja, praticamente o dólar comercial.

- Vale para qualquer país do mundo que tenha caixas automáticos. Você não precisa pensar se é melhor levar dólar ou euro para o Nepal ou a Indonésia. Basta selecionar a funação "conta corrente" (checking account).

- Caixas automáticos são muito mais numerosos do que casas de câmbio e não fecham nunca.

Desvantagens:

- E se der pau no meu cartão? Ou no sistema? É inevitável: cada operação dá um friozinho na barriga, por mais que as 35 anteriores tenham sido bem sucedidas.

- Há taxas (por operação) e limites de saque (por operação e por período) que variam enormemente de banco para banco, de conta para conta e de rede para rede. Normalmente, quanto mais "especial" for a sua conta, mais você saca, e menos você paga. (Ainda assim, saiba que se a brincadeira toda custar 5% do montante, você não perde dinheiro por conta da diferença de cotações entre o dólar comercial e o dólar-turismo)

Pegadinhas:

- Se o seu cartão não funcionar no caixa automático do banco X, tente no banco Y. Às vezes acontece de o seu cartão só ser válido numa rede específica.

- Se você fizer o seu saque com um cartão múltiplo de bandeira Visa, a conta vem na próxima fatura do seu cartão de crédito, pelo câmbio do sia do venciomento (se o dólar subir, você paga mais caro). Se você fizer o seu saque com um cartão múltiplo de bandeira MasterCard, o valor é debitado automaticamente da sua conta, pelo câmbio do dia (sem sustos na volta).

- Retire o máximo que der por operação, para diluir a taxa fixa de saque.
Precauções:

- Descubra o limite de saque do(s) seu(s) cartão(tões) no exterior - por operação e por período - antes de viajar, para saber o quanto vai dar para depender dele(s).

- Avise o seu gerente e o seu cartão sobre a sua viagem, para que o sistema não negue nenhuma operação por desconfiança.

CARTÃO DE CRÉDITO

(Foto tirada desse link)

Vantagens:

- Nas bandeiras Visa e MasterCard/Diners, os valores são convertidos por uma taxa muito próxima à do dólar-comercial; a doferença compensa o IOF de 2,38%.

- A aceitação está cada vez maior.

- Segurança: se perder, pode conseguir reposição ainda durante a viagem

Desvantagens:

- Na bandeira American Express, os valores são convertidos pelo dólar-turismo.

- Se o real se desvalorizar entre o momento da compra e o vencimenton da fatura, você perde dinheiro.

- Há limites de gastos e o sistema pode bloquear o uso se suspeitar fraude.

Precauções:

- Informe-se antes de sair sobre o seu limite, e avise a operadora da sua viagem.

Oportunidades:

- Se o seu cartão rende milhas, é uma ótima oportunidae de transformar os seis gastos em futuras passagens grátis.

VISA TRAVEL MONEY

É um cartão de débito internacional que você carrega antes de viajar e pode recarregar durante a viagem, à distância. Serve para saques e compras - e, de uns tempos pra cá - para pagamentos na internet também. É uma espécie de sucedâneo eletrônico dos travelers cheques.

Pode ser carregado em dólar ou em euro. Em países cuja a moeda seja diferente da carregada no cartão, o débito é feito pelo câmbio do dia. O VTM não é vendido pelos bancos, mas por corretoras de câmbio.

Vantagens:

- Você faz saques no exterior mesmo se a sua conta de banco não permitir; e pode fazer gastos por cartão mais elevados do que o limite do seu cartão de crédito (você determina o seu limite, basta depositar dinheiro na sua conta VTM).

- Ao esgotar o seu limite você pode recarregar o seu cartão (depositar mais dinheiro na conta); basta ligar o para o emissor e combinar o depósito, que é feito por DOC ou TED. 24 horas depois o dinheiro já está disponível para sacer ou fazer compras.
- Se você perder o cartão, ele é substituído rapidamente.

(Foto tirada desse link)

Desvantagens:

- A cotação usada é a do dólar-turismo.

- Há uma taxa de saque de US$ 2,50 por operação e, muitas vezes, uma outra taxa, da rede onde você está fazendo o saque. Há também um limite de saque por operação e por dia.

Oportunidade:

- Se você, como eu, é fã do mix saques internacionais + cartão de crédito, o VTM é o melhor e mais seguro Plano B de que podemos dispor.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O que entra (e o que sai) na mala de viagem

Antes mesmo de resolver tudo no quesito "documentos", comecei a preparar o quesito mala. Para isso, fiz uma a 2 meses atrás e vou atualizando sempre que lembro de alguma coisa. É bem estranho preparar uma mala para ir morar em outro lugar. Tenho costume de arrumar bagagens com roupas para passar de 3 a 10 dias viajando. As vezes sobra espaço e coloco até mais do que preciso. Dessa vez, aposto que vai ficar faltando espaço.

(Ok, acho que não vou chegar a esse ponto, mas é melhor encher a mala do que ficar espaço sobrando. As bagagens são manuseadas por várias pessoas e quando elas estão vazias as coisas ficam sambando lá dentro. Foto tirada desse link)

O máximo que fiquei fora de casa foi 15 dias, no ano passado, durante o Festival de Inverno de Diamantina. Foi estranho pois no 10º dia as meias já estavam acabando e tinha algumas blusas que eu queria lavar para usar de novo. 5 meses é mais tempo ainda e, além de pensar nas roupas para as ocasiões de um país que nem conheço (a cultura influencia muito o vestuário), vou ter de me preocupar com o clima, limpeza e manutenção de todas elas.

Essa parte se torna ainda mais difícil pra mim pois tenho uma irmã dois anos mais velha. Como temos quase a mesma altura e o mesmo peso, usamos tudo uma da outra. Tem peças que a gente nem sabe mais de quem é. Com as roupas ok, a gente supera. Comprei um casaco mais grosso ali e uma blusa aqui. O problema são os sapatos: não dá pra ficar comprando sapatos em dobro. Mesmo porque é caro.

De toda forma, eu ainda adoro arrumar malas! Gosto de espalhar todas as roupas na cama e ir colocando uma por uma, dando um jeitinho de levar o óculos naquele canto e o tênis extra ali no outro. Desfazer é péssimo, mas fazer é sempre bom: lembra a viagem que vai começar daqui a pouco!

Abaixo, minha lista. Leiam com atenção pois quero ajuda: se estiver esquecendo de algo, me avisem!

Parte de cima
- Sutiãs e tops
- Regatas
- Blusas baby look
- Blusas esportivas
- Blusas de manga
- Segunda pele (para o frio)
- Casacos
- Vestidos (incluindo um de festa para alguma ocasião de festa que eu nem sei se vai existir - mas eu não vou gastar meu dinheiro comprando roupa chique no exterior)

(Lá no fundo, vermelho, o sobretudo que comprei por 60 reais na loja Marisa. Se eu posso dar uma dica é: aproveitem! Essa é a última semana de saldos!)

Parte de baixo
- Calcinhas
- Meia calças
- Shorts
- Saias
- Calças
- Calça esportiva

Sapatos
- Chinelos (três! Nunca leve um só. Uma amiga levou um par de Havaianas, a faixa quebrou e ela teve que comprar outro. E Havaianas são caras no exterior)
- Rasteiras
- Sapatilhas
- Sapato de salto (odeio saltos, mas vou levar um só, preto - que combina com tudo - para sair a noite)
- Bota (está na lista oficial, mas não na das coisas que eu vou levar. Esse item vou comprar lá, uma impermeável e bem quentinha pra resisitir ao inverno)
- Tênis esportivo
- Tênis de passeio

Acessórios
- Gominhas tic tac, faixas e tudo mais pra segurar a cabeleira
- Grampos
- Colares, pulseiras e brincos
- Relógios
- Lenços
- Cintos
- Bolsas

(Algumas das minhas pulseiras e colares. Gostou? Então outra dica: fiz 90% do que vocês estão vendo. É só ir a Galeria do Ouvidor, escolher e montar. Se tivesse comprado pronto pagaria o quintuplo do preço - se é que eu ia achar exatamente as coisas que gosto)

Higiene
- Toalha de rosto
- Roupão (dica de uma amiga que viajou para o mesmo lugar que eu: como os banheiros da moradia são coletivos, ao invés de se enrolar em uma toalha para chegar ao quarto, melhor colocar um roupão)- Maquiagem (lápis de olho, rimel, corretivo, pó compacto, blush, sombra, batom, removedor de maquiagem)
- Shampoo e condicionador
- Sabonete líquido (outra dica da minha amiga: o banheiro é coletivo e se o sabonete cair no chão não vai ser eu que vou pegar)
- Creme de cabelo
- Creme hidratante rosto e corpo
- Protetor solar rosto e corpo
- Kit para fazer a unha (tesoura, lixa, alicate, esmalte, acetona e algodão)

Outros
- Biquini (se der tudo certo, vou usar na Grécia!)
- Meias
- Boné
- Gorro
- Luvas
- Cachecol
- Pijama
- Carregador de bateria , celular e pilha
- Dicionário francês-francês
- Bescherelle (para quem não sabe, esse livro é a bíblia francófona: tem as conjugações em todos os tempos de todos os verbos em francês)
- Caderno para a aula (afinal, eu vou estudar ne?)
- Pandeiro
- Remédios e receitas médicas
- Baralho (porque não?)

Normalmente eu monto a mala assim: calças jeans e blusas pesadas em baixo. Roupas meio termo no meio e roupas muito leves em cima. Blusinhas leves e que não amassam eu guardo enroladas, isso ajuda a ter mais espaço. Sapatos enrolados em sacos plásticos eu encaixo no canto da mala e, nos espaços que sobraram, cremes (também enorlados em sacos plásticos, pois podem vazar), meias, luvas e o que tiver sobrado. Pápeis em geral em cima (menos o dicionário, que é grande). Naquela redinha grudada à "porta" da mala, roupas de baixo. Uma necessaire para coisas de cabelo, outra para colares e pulseiras, outra para remédios e outra pras coisas de fazer unha.

(Bem arrumadinha essa, não? Foto tirada desse link)

Do lado de fora
Uma mochila com:
- Máquina fotográfica
- Pilhas
- mp3 (sem ele, não sou ninguém)
- Um livro
- Caderno, lápis, borracha e caneta
- Mapa da cidade (um do Porto, outro de Paris e outro de Clermont)
- Óculos de sol

Peço novamente a ajuda de todos para completar a lista e também dar dicas de arrumação! Principalmente se você tiver uma forma milagrosa de fazer com que tudo caiba direitinho. Vou precisar...

domingo, 25 de julho de 2010

Documentos, taxas e viagens: tirando o visto

Recebi o resultado do intercâmbio em julho do ano passado, mas fiquei seis meses sem notícias de nada, só na alegria mesmo. A primeira reunião aconteceu em 9 de fevereiro. Nela, um membro da Diretoria de Relações Internacionais da UFMG nos explicou o "esquema" do intercâmbio e quais deviam ser as primeiras atitudes a serem tomadas. Ou seja: ia começar o preenchimento da papelada!

(Com o tempo, foi assim que me senti. Foto tirada desse link)

Os primeiros papéis que deveríamos entregar era uma ficha de inscrição com as matérias que gostaríamos de cursar na universidade estrangeira, uma folha para pedir um quarto na moradia universitária da minha cidade, papéis com informações sobre meu histórico escolar, um termo de compromisso e uma declaração de condições financeiras, que devia ser entregue com cópias dos últimos três contra cheques. Total: 5 documentos.

Foram entregues no mês de março e seriam enviados para a Universidade de Blaise Pascal, em Clermont-Ferrand. Os responsáveis iriam ler e nos enviar em seguida uma carta de aceite. Falando em metáforas, a carta é como uma chave mágica: ela abre muitas portas para o futuro intercambista. Abre TODAS as portas, na verdade. Ela é a certeza de que você foi passou em um processo seletivo e está indo legalmente para outro país. Com ela você fica isento de entrevistas e mais entrevistas em consulados pois um acordo bilateral entre duas universidades já legaliza a ida de estudantes pré-selecionados.

A carta dos alunos que vão estudar em Blaise Pascal (somo 5 mulheres, ao todos) chegou em 21 de maio. Demos sorte. Uma amiga que vai para a universidades de Paris X ia viajar um mês antes para passar férias com a família do padastro em Amsterdã. Mas como ela recebeu a carta só em julho, não pode acelerar o processo do visto e... ficou no Brasil.

Depois da chegada da carta de aceite é hora de começar o processo de obtenção do visto. Por sorte, eu já tinha passaporte. Quem não tinha teve que mexer com isso também. Para requerer o passaporte é necessário marcar com antecedência, comparecer a um posto da Polícia Federal e apresentar 7 diferentes documentos (confira a lista nesse link). Só depois podemos começar o processo do visto.

E a primeira parte é se inscrever no Campus France, um portal sobre ensino superior na França que tem como objetivo promover e orientar estudantes brasileiros. O sistema já está implantado em 80 países e é o primeiro passo para quem quer estudar na terra de Napoleão. Para isso é necessário criar uma conta dando um email e uma senha. Depois, seção preencher formulários: informações pessoais, formação no Brasil, línguas cursadas e nível de francês, motivações para estudar na França e informações sobre a universidade escolhida, curso e tudo mais. Total: 5 formulários.

Quem não tem uma carta de aceite e está tentando estudar na França por conta própria precisa preencher tudo em detalhes e ainda agendar uma entrevista no consulado. Quem tem pode pular algumas partes. Depois de tudo completo é preciso enviar alguns documentos para o consulado de São Paulo: cópia da carta de aceite, comprovante de que está regularmente matriculado em uma universidade brasileira, carta de apresentação com dados pessoais (feita no pc ou a mão mesmo, com nome, sobrenome, idade, endereço, etc) e cópia do RG ou passaporte. Total: 4 documentos. Depois você recebe um email com a confirmação de que eles chegaram em São Paulo e foram validados, aí é a hora de pagar uma taxa de R$ 315.

Com tudo finalizado, a equipe do Campus France manda um email confirmando que você já pode iniciar o processo do visto. Junto com a mensagem vai um link com a lista de todos os documentos necessários para estudos de até 6 meses:

- Carta de aceite com a duração do curso
- Diploma ou histórico escolar brasileiro
- Certidão de nascimento
- Declaração do responsável pelo envio de 430 euros mensais (com firma reconhecida)
- Declaração de idoneidade bancária
- 3 últimos contra-cheques e declaração completa de imposto de renda
- Documento com confirmação de moradia na França
- Carteira de identidade
- Passaporte válido
- Formulário 65/VI preenchido
- CPF
- Fotografia 3,5 x 4,5
- Reserva de passagem com ida e volta

Total: 14 coisas diferente. E com uma cópia de cada, pois eles não pegam o original de todos os documentos. Por via das dúvidas, tire uma cópia de TUDO que você está entregando por aí para ter com você como garantia.

O consulado de Belo Horizonte funciona segunda a quinta, de 8h às 11h. É só chegar lá e esperar suas vez. A moça que cuida de tudo (não muito simpática) repassa todos os documentos e pega as cópias e os originais necessários, além de cobrar uma taxa de 50 euros.

Durante minha visitinha tive uma péssima notícia. Minha passagem já tinha sido comprada para o dia 13 de agosto. Eu iria dia 13 para o Porto, em Portugal, ficaria 15 dias com minha prima e só depois iria para a França, no dia 29. Quando falei isso ganhei um não como resposta. A moça disse que o estudante pode entrar no máximo 5 dias antes das aulas começarem em qualquer país da União Europeia. Como minha carta de aceite marcava 1º de setembro, só podia entrar dia 25. Quem se arrisca a entrar antes pode ser pego pelas autoridades locais e acabar voltando para o Brasil. Tive que remarcar... afff.

Continuando. Infelizmente, nem todos os consulados estão equipados para a coleta de dados biométricos. Os únicos que possuem isso são os de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Há uma certa divisão e eu, como residente em Minas Gerais, devia ir ao Rio de Janeiro. A ida ao consulado honorário no Rio é agendada no consulado de BH. Você decide dia e hora.

Como contei no post O Rio de Janeiro continua lindo, adorei ter de visitar a cidade. Amo o Rio e meu dia lá foi ótimo. Mas admito que é muito caro e fora de mão ir lá só para tirar uma foto e dar suas digitais. Juro. Foi só isso que fiz lá. Não demorou 5 minutos. Você entrega o documento do agendamento da visita, tira uma foto na hora, faz a coleta de digitais e pronto. "Seu visto fica pronto em 15 dias. É só pegar no consulado da sua cidade", foi o que me disse a mulher responsável (essa sim, nada simpática: muito chata mesmo).

Agora, tudo o que me falta é entregar três documentos na Diretoria de Relações Internacionais da UFMG: formulário de trancamento parcial (chama afastamento para mobilidade universitária. Não é um trancamento pois vou continuar estudando, mas em outro lugar), cópia da carta de aceite, plano de disciplinas a serem cursadas na instituição anfitriã e confirmação de contratação do seguro saúde. Total: 4 documentos.

Fez as contas? Algumas taxas caras, uma viagem ao Rio, algumas idas a consulados e mais de 30 documentos, sem contar as cópias. Isso porque eu não tentei bolsa de estudos. As pessoas que tentaram precisaram autenticar e apresentar mais uns 15 documentos. Se é chato? Muito. Mas você acaba fazendo tudo na maior boa vontade. Afinal, são com essas chatices que você vai conseguir passar 6 meses no exterior... nada mau!

(No blog da Denise, um relato sobre a retirada do passaporte nacional para sua viagem à África do Sul. Foto tirada desse link)

Este é o processo para retirada de visto de estudos na França. É bom lembrar que para cada atividade as necessidades são diferentes. Para cada país também. Uma amiga vai para a África do Sul durante três meses e conta no blog (vi)Vendo a África todo o processo. Por sorte, passar três meses em outro país é bem menos burocrático, pois não há necessidade de visto. Como o processo que ela deve que enfrentar é bem parecido para qualquer brasileiro que queira ficar menos de 90 dias em um país estrangeiro, vale a pena uma visita!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O processo seletivo

Acho que fiquei sabendo da existência dessa coisa chamada intercâmbio no 7º ano do Ensino Fundamental. Desde então quis experimentar. Mas, aos 13 anos, tinham outros fatores em jogo além da minha vontade. Para ser mais exata, os outros fatores que estavam em jogo eram a vontade dos meus pais. Eles nunca iam deixar eu morar no exterior. No Ensino Médio alguns amigos viajaram e insisti com mais força, mas ainda parecia cedo.

Quando entrei na faculdade já tinha a intenção de tentar o processo seletivo. Tanto que assim que consegui meu primeiro estágio já comecei a juntar dinheiro com esse objetivo. Minha ideia? Se meus pais não quisessem me bancar, eu pagava. Iria de qualquer jeito.

Comecei a estudar francês no 1º período da faculdade. Jamais tinha pensado em fazer intercâmbio para a França, só queria aproveitar os preços do curso e o tempo livre para aprender uma nova língua. Com o tempo - e a certeza de que o número de pessoas que tenta intercâmbio para países de língua inglesa é bem maior - a França se tornou uma boa opção.

Preparação

A história começa mesmo no início do 5º período. Além das três horas de francês por semana, eu e uma amiga decidimos fazer francês decidimos pagar um professor particular para nos prepararmos para a prova de proficiência em francês. Ou seja, mais duas horas por semana, fora os vários exercícios que fazia em casa. Foram três meses até a prova. Na UFMG, o processo seletivo para o intercâmbio começa com a prova de proficiência. Durante o semestre há cerca de três datas para as provas. É necessário fazer no mínimo 70% da prova para passar à próxima etapa.

Com a nota nas mãos, o aluno precisa escrever uma carta de intenção, em português mesmo. Cada aluno pode fazer o processo para duas universidades diferentes, não necessariamente países que falam a mesma língua (lembrando que, nesses casos, o aluno precisa ter passado nas provas de proficiência das duas línguas).

A carta deve contar aos seus examinadores porquê você tal universidade, tal país, quais são seus objetivos acadêmicos etc. Ponto importante: eles não querem escutar que você está indo pois quer aprender outra língua ou entender melhor uma nova cultura. Isso é óbvio, todo vão fazer isso. Eles querem saber porque você, como estudante, merece ir a tal universidade cursar um período de faculdade. Recorri a professores e alunos que já tinham ido para lá e todos indicaram entrar no site das universidades que eu quisesse entrar e olhar nome dos professores, das matérias, grupos de estudos e outros pontos que pudessem me guiar. Os examinadores gostam quando o aluno cita uma coisa diferente mostrando que ele está interessado e pesquisou bastante.

Carta de intenção + formulário com informações pessoais + histórico escolar + currículo com estágios e atividades ao longo do curso são entregues no colegiado. O histórico escolar é necessário pois o aluno que tenta intercâmbio precisa ter boas notas durante todo seu trajeto na universidade. Em uma escala de 0 a 5, o mínimo é 3,5.

Com a carta aprovado, o aluno é avisado sobre a sua entrevista. Apelidada carinhosamente por mim como "fase do terror". Em um certo dia e hora você deve ir a uma sala aonde 1, 2 ou até 3 pessoas te esperam para conversar sobre seu intercâmbio na língua do país que você escolheu. E se você tentou duas universidades serão duas entrevistas.

Na aula de francês, eu e minha amiga nos preparamos bem. Escrevemos em um papel as possíveis perguntas e respostas, corrigimos e recitamos diversas vezes. Cheguei a colar na porta do meu armário para ler a noite, antes de dormir. As perguntas básicas que eles costumam fazer são:

- Por qual motivo você escolheu esse país e essa universidade?
- O que você vai levar do Brasil e da UFMG para esse destino?
- E o que você vai trazer de lá? Qual será sua contribuição?
- Qual é sua situação financeira?

As respostas devem ser baseadas sempre nos seus objetivos acadêmicos. É sempre um momento de tensão.

A resposta saiu um mês depois, no meio do ano passado. Eu e mais duas amigas tentamos as universidades Paris X - Nanterre (em Paris) e Blaise Pascal (em Clermont-Ferrand). Passei para a segunda opção. Nem acreditei quando vi meu nome: eram 15 pessoas para 5 vagas. Passei em 5º. Devo ter ficado tão ou mais fiquei do que a pessoa que passou em 1º. Era um sonho realizado! Ia passar 6 meses em solos estrangeiros! Uma amiga minha passou comigo também. A Gabi, que estava fazendo aula de francês, infelizmente não passou.

Claro que foi ruim, mas ela soube dar a volta por cima como ninguém: trancou a faculdade por seis meses, arrumou a mala e se mandou para Paris. Viveu lá durante 5 meses com uma tia e contou tudo no blog Paris é uma festa. Ela voltou faz pouco tempo contando "marravilhas" de lá!

(Gabi, uma perfeita flâneur. Foto tirada desse link)

O post termina aqui, mas se alguém tiver alguma dúvida ou quiser alguma dica é só dizer! No que eu puder ajudar - da escolha da universidade a "cola" das respostas para as perguntas da entrevista - estou aí! E se alguém já tiver tentado ou estiver tentando intercâmbio, aproveite o espaço para contar como foi sua experiência!
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P.S.: quanto aos meus pais, assim que disse que ia tentar intercâmbio universitário perguntei para o meu pai: "se eu passar, você me deixa ir?". E ele, sem titubear: "Não". Tentei mesmo assim. Já estava disposta a cultivar dívidas para me bancar, mas ele foi se acostumando com a ideia e, no fim do semestre, já perguntava como era o esquema, o que precisava, quantos meses seriam e tudo mais.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Partindo de intercâmbio

Dia 25 de agosto embarco para a Europa para fazer um intercâmbio de 6 meses na França, mais especificamente na cidade de Clermont-Ferrand (perto de Lyon). Só no dia em que recebi uma carta da universidade na qual vou estudar comecei a sentir que esse sonho realmente tinha se tornado realidade e escrevi um post enorme sobre a sensação... mas não postei. Não sei porque, mas fiquei com medo daquilo me trazer má sorte. Superstições...
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(Em Clermont, a Place de Jaude e a catedral gótica de Notre Dame de l'Assomption. Daqui a pouco as fotos serão minhas e não da internet! Foto tirada desse link)
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Bem, agora o intercâmbio está perto e acho que seria bem legal contar aqui todo o processo, as provas que tive que fazer, os documentos que tive que assinar, as regras que tive que cumprir, as coisas que tive que comprar. Tinha a intenção de começar a "série" um mês antes de partir, mas resolvi adiantar uns poucos dias pois acredito que vou estar bem ocupada quando chegar perto. Sem contar que agora, algo me diz que vai dar tudo certo. Já posso escrever!

Programas de todos os tipos

Há várias tipos de intercâmbio. O mais comum é o intercâmbio colegial ou universitário, voltado exclusivamente para estudantes. O colegial acontece durante o ensino fundamental ou médio e o universitário - adivinhem - durante a universidade. A principal característica é que o aluno não vai para cursar um período escolar fora do país. Ou seja, ele vai ser um aluno comum, vai seguir as regras daquela instituição, estudar as matérias básicas, etc. Por isso é um intercâmbio que tem duração mínima de 6 meses.

(Ao que parece, os chineses, japoneses e coreanos são os campeõs de intercãmbio: todo mundo que conversa comigo sobre a própria experiência fala que viu vários olhinhos puxados. Foto tirada desse link)

Dia a dia: os alunos do ensino fundamental ou médio costumam ficar em uma casa de família. Como não são menores de idade, precisam que alguém se responsabilize por eles. As famílias selecionados para receber esses alunos costumam ser bem liberais e, se o jovem não se sentir bem, ele pode reclamar à agência que contratou no início do intercâmbio. Já os alunos universitários costumam ficar em repúblicas ou moradias da universidade, uma opção bem mais em conta. Eles são os responsáveis pelo própria comida, roupa, cama, mesa e banho!

Quem pretende ir para outro país somente para aprender a língua desse local deve optar por um intercâmbio de estudos de idiomas. Esse não traz objeções quanto a idade ou escolaridade e pode durar o tempo que o intercambista quiser, de um a vários meses. Os interessados costumam fazer uma prova para saber qual sala vai frequentar: iniciante, intermediário ou avançado. Em termos de custo benefício (tempo de intercâmbio e preço a se pagar) costuma ser o mais caro.
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Dia a dia: como não há idade, esses viajantes têm moradias diversas. Alguns ficam com famílias, outros moram em albergues, outros em moradias estudantis, etc. A facilidade de fazer amigos é enorme, pois nessas escolas você encontra pessoas de todos os países na mesma situação que você e com os mesmos objetivos. Por isso o nível de reclamação em relação a esse tipo de intercâmbio é o menor. Em compensação, é fácil encotrar brasileiros e o aprendizado da língua torna-se mais difícil, principalmente se você se tornar amigo deles.
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(Essa sortuda conseguiu trabalhar em uma estação de esqui. Cassinos também são locais difíceis de conseguir vaga. Foto tirada desse link)

Por último, existe o intercâmbio a trabalho, exclusivo - obviamente - para maiores de 18 anos. É o que mais depende do país escolhido. Não que o interesse do intercambista não conte, mas emprego é uma coisa que não depende só da nossa vontade, mas também da atual conjuntura econômica local e todas essas palavras bonitas que na verdade querem dizer: nem sempre a gente faz o que quer. Mas há sim muitas opções. A pessoa pode arranjar um emprego ou um estágio na sua área de atuação.

O mais comum, porém, é trabalhar em áreas de menor remuneração. Uma opção bastante procurada é o trabalho de Au Pair. Esse é fechado para mulheres entre 18 e 26 anos que queiram virar babá. Outra opção, voltada para jovens universitários é o Work and Travel. Como diz o nome, o estudante viaja para trabalhar no período das férias, normalmente entre dezembro e fevereiro. A agência de viagens contratada faz a mediação entre o intercambista e as empresas que procuram trabalhadores temporários, que vão desde restaurantes e hoteis até estações de esqui. Os EUA e o Canadá são os países que mais recebem esses jovens. Há programas desse tipo em outros países, mas a oferta é escasa e o programa costuma durar mais de 3 meses.

(Também existe Male Au Pair. As exigências, claro, são maiores. Foto tirada desse link)

Dia a dia: as agências costumam levar centenas de jovens todos os anos. Assim, os intercambistas que vão trabalhar perto costumam alugar uma casa e dividir o aluguel. A agência também ajuda na procura e mantem contato com agências de outros países para que pessoas de diferentes nacionalidades morem juntas, fazendo com que a experiência de falar em outra língua se torne ainda mais intensa (já que, morando com brasileiros, o uso da língua diminui consideravelmente). É o melhor em termos financeiros, já que dá pra recuperar uma grande parte do dinheiro com o trabalho. Mas não vá achando que vai ganhar um bom salário...

Para quem se interessou em algum desses intercâmbios, o primeiro passo é procurar uma agência de turismo que possa explicar todo o processo. As mais conhecidas são a CI, a STB e a World Study, mas existem outras.

No próximo post, vou escrever detalhadamente sobre o meu intercâmbio, desde o início do processo seletivo!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Comidas bizarras

A culinária move o mundo. Ou pelo menos parte dele. O turismo gastronômico é tão importante quanto qualquer outro tipo de turismo. Isso porque você pode não visitar as Pirâmides do Egito, mas não vai passar mais de um dia sem comer. Para alguns, os bares e restaurantes são meros coadjuvantes. Você passa por ali, está com fome, o cheiro é bom. Você entra e come. Para outros, eles são a principal atração.

As pessoas viajam para comer coisas gostosas, claro. Mas podem viajar também para experimentar a culinária típica de uma cidade "x". E isso não quer dizer, necessariamente, que ela terá um paladar agradável. Isso porque o que é bom aqui não precisa ser bom do outro lado do mundo. Há tempos, em uma matéria do programa Fantástico, pediram para chineses do interior e italianos da região de Sardenha trocarem a iguaria mais apreciada em suas cidades.

Os chineses lhes deram ovos imperiais. Esse ovo fica enterrado cerca de um ano e só apreciado em dias festivos. Sua clara fica com um tom marrom escuro meio transparente (parece como o ambar dos filmes Jurassic Park) e a gema fica preta. Já os italianos lhes deram um Cazu Marzu, um queijo mofado que tem até larvas vivas no meio. Qual era pior? Nem sei... Mas ninguém conseguiu comer a iguaria da outra família.

(O ovo imperial e o queijo com larvas. Qual desses você encara? Fotos tiradas desse e desse link)

Outro "maluco" é Andrew Zimmern, o apresentador do programa Bizarre Foods. A propaganda já diz: "Em um mundo de covardes, este homem é um herói". Para mim, ele é mesmo um herói. Não comeria nem um quinto das coisas estranha que ele come. Claro que ele vai no país e experimenta de tudo, o que de ruim e o que hé de bom. Mas o que há de ruim é tão exótico que eu jamais aceitaria o emprego.

Nessa onda, o jornal norte-americano The Times fez uma lista que contém as 10 comidas mais bizarras do mundo. Eles não tem ovo imperial ou queijos mofados. Mas também, nem precisam. Eles seriam só o aperitivo...

1. Cheseecake de jacaré: um animal como esse virar sobremesa parece piada. Mas o café Jacques Imo, em Nova Orleans (Lousiana - EUA), prepara essa torta.

(Se ninguém me falasse que era de jacaré eu até comia. Parece bonito! Foto tirada desse link)

2. Melão amargo: qual é a graça de comer uma fruta que não está doce, afinal? Esse melão é cultivado e servido em países da África e da Ásia.

3. Língua de sangue: na Alemanha, essa fatia de carne feita, na verdade, de sangue, é recheio de sanduíches. O coleguinha que fez essa matéria para o The Times jura que é uma delícia (mas eu duvido).

4. Joelho de galinha: alguma coisa que não é estranha para os mineiros. Não que aqui em Minas isso seja considerado uma iguaria ou coisa do tipo, mas conheço muitas pessoas que comem joelhos de galinha numa boa. O prato é chinês.

5. Haggis: este o Andrew Zimmern já comeu, e foi um dos episódios mais nojentos que eu jé vi pois eles mostraram todo o processo. Haggis é uma receita escocesa: estômago de carneiro recheado com pedaços de coração, fígado, pulmão e banhas em molho de sangue. Blergh!

(Olha que esse ta bonitinho. Tem uns com pedaços de gordura gigantes. Foto tirada desse link)

6. Lagosta viva: a "frescura" dos alimentos toma sua forma extrema nesse prato asiático. Metade do animal é cortado em pequenos pedaços e a outra metade colocada em um bloco de gelo para conservar seus reflexos motores. O bichinho é capaz de ver as pessoas lhe devorando.

7. Natto: é super nutritiva e faz muito bem para o corpo, mas muito mal para o paladar. A soja é cozida por 6 horas até a bactéria Bacillus subtilis natto surgir na mistura. Depois, "a coisa" é fermentada por 24 horas e envelhecida por uma semana. Soja, tinha que ser japonês...

8. Cacto espinhoso: é uma planta encontrada em diversas regiões áridas das Américas. No México ela se tranforma em comida. Para isso, os espinhos são removidos e o resto da planta pode ser servido grelhado, frito, ensopado...

9. Larvas grelhadas: Viscoso, mas gostoso. Esse deveria ser o "subtítulo" dessa comida australiana. Os cidadãos do país devem ter feito algum esforço para olhar para essas larvas, encontradas na raiz de certos arbustos, e acreditar que elas dariam em algum aperitivo. Algumas soltam esguichos. Eca!

(Larvas com torradas, folhas e tomate... mesmo assim não desce. Foto tirada desse link)

10. Teta da vaca: incrível como nada da vaca é desperdiçado. Na Toscana (Itália), enquanto os ricos comiam as partes nobres os pobres ficavam com o que sobrava. Hoje, é filé de sanduíches.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A praia e a cidade

Uma cidade grande que soube unir perfetamente tudo o que Deus lhe deu. Tanto, que até os morros e suas favelas fazem parte do cenário de uma forma que chega a ser bela, se pegarmos um bom ângulo. Talvez essa seja uma das coisas que mais encanta no Rio, como sua paisagem é bela, mesmo quando é paradoxal. Tirei várias fotos de lá e não podia desperdiçar, não é mesmo?
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(Os corredores e esportistas do Aterro do Flamengo com a vista do Pão de Açucar, ao fundo)
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(Depois da curva, a pista de caminhada continua)

(Pescadora praiana)
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(Pra mim não tinha cidade mais arborizada que BH. Bem, a área nobre do Rio pode competir. As ruas de Copacabana são todas assim)

(Castelo feito de areia, água e fixador. E isso é só metade dele. A direita, Copacabana no inverno. Menos turistas, menos charme, o mesmo clima praiano)

(Ipanema estava bem mais cheia. Por causa dessa "piscina natural", é um lugar bem melhor para levar as crianças)
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(E quem nunca brincou de pular ondinhas?)

sábado, 10 de julho de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo

Comprovei na quinta-feira: o Rio de Janeiro continua lindo. Na minha humilde opinião, isso vai ser uma daquelas verdades eternas. Fui a cidade nessa semana para tirar o meu visto de estudante para ir pra França (os perrengues sobre passaportes, vistos e documentação eu conto em outro post). Ia e voltava no mesmo dia. Infelizmente. Como vocês podem comprovar pelo meu próprio blog, sou uma mineira apaixonada pelo Rio desde a primeira vez que fui lá. Pra mim, não há cidade mais bonita, se ela existe, ainda não vi.

(O Pão de Açucar refletido no mar)

Quando estava comprando a passagem, pedi para o meu pai pra dormir lá pelo menos um dia. Aí ele disse: "eu fico mais tranquilo em te deixar 6 meses na Europa do que dois dias no Rio de Janeiro". Preferi não argumentar...

Comprei a passagem duas semanas antes. Valia a pena ir de avião pelo preço. As passagens da Webjet estavam 85 ida e 85 volta, só um pouco mais caro que as passagens de ônibus. Com as taxas de embarque que foram de 65 (isso sim encareceu os custos), paguei 235 reais. O voo foi ótimo e o comandante era muito engraçado. Quando ele foi falar com os passageiros, cumprimentou a todos com um "bom dia, pessoal" e disse coisas como "no Rio está fazendo 22 graus. Um espetáculo!". Ele fez todo mundo rir.

Parar no aeroporto Santos Dumont é um show a parte. Primeiro você vê o Pão de Açucar lá no fundo. Depois o Cristo Redentor, depois o Maracanã e até a ponte Rio-Niterói. O avião vai dando voltas em cima da cidade, passa perto dos morros e desce tão rente a água que parece que ele vai afundar ao invés de aterrisar. Aí você descobre que não é mentira e que o Rio de Janeiro, aquele que a gente vê na TV, existe mesmo.

(Duas imagens tão típicas do Rio: os prédio da orla construídos um do lado do outro e os táxis amarelos)

Assim que pisei no Rio comecei a sorrir e não parei mais. Eu estava feliz, estupidamente feliz. Consigo imaginar a mim mesma sorrindo para o nada, andando de peito aberto com uma mochila nas costas num passo tranquilo, observando a paisagem e tirando as blusas de frio por causa do calor. Quem me visse na rua com aquele sorriso com certeza pensou "louca!". Mas eu não tava nem aí: eu estava no Rio.

Itinerário

Pensei que daria uma pequena volta de manhã. Mas poxa, cheguei muito cedo. O voo era 6h15 (o que significa que acordei as 3h30) e às 7h15 já estava lá. Tinha olhado no google maps onde era o consulado francês e comecei a andar pelo centro para descobrir. Quando vi uma bandeira da França sabia que aquele era o Consulado, a 3 quadras do aeroporto. Como ainda faltava muito para às 10h30, meu horário agendado, atravessei duas avenidas e percebi que estava no Aterro do Flamengo.

(Vista do Aterro do Flamengo. Onde tiver árvore é parte do parque. E olha que ele não coube inteiro na foto)

Comecei a passear. Devagar, tirando fotos, apreciando a paisagem. Olhando o tempo todo pro alto vendo, de um lado, o Pão de Açucar. Do outro, o Cristo. Ali, na avenida beira mar, centenas de pessoas caminhando, andando de bicicleta, passeando com os filhos, com o cachorro, conversando, indo pro trabalho, jogando futvolei e vôlei de praia na areia, nadando. Sei que em duas horas fui do ínício do Aterro até o final de Botafogo. 8 km de caminhada. Queria ir até Copabacana, mas no caminho vi uma ruazinha meio feia e desisti. Vai que eu me perdesse, ou o medo maior, vai que me assaltassem. Preconceitos ou não, voltei de ônibus para o aeroporto.

Cheguei ao consulado e esperei minha vez. Quando chegou, não demorei mais de 5 minutos. Sério. Como pensei que ia demorar mais, tinha programado para visitar o Museu de Arte Moderna, que ficava ali do lado. Mas ainda era 10h30 e meu voo saia só às 17h. Aí eu pensei: "museu o caramba, eu quero ir pra praia". Embarquei no primeiro ônibus que ia para Copabacana.

(Calçadão. Uma das estampas brasileiras mais reproduzidas mundo afora, em chinelos, cangas, blusas, vestidos...)

Se de manhã eu não tinha conseguido chegar até lá, não tinha o menos problema. Não dizem que o não interessa destino, mas sim o caminho até ele? E olha que a primeira recomendação da minha mãe foi "não fica zanzando por aí, heim? Olha as balas perdidas!". Como se eu fosse capaz de capturá-las com a minha visão de 360º.

Por falar em graus, cheguei em Copacabana com os termômetros a 33ºC. Isso é que é clima de praia! Caminhei desde o famoso Copacabana Palace Hotel até quase o final da praia. Ia andando e entrando nas ruas transversais a procura de um restaurante que desse pra bancar. Na área nobre da cidade tem pouquíssimos restaurantes self-service (ou será que é BH que tem muitos?) e um prato inteiro sempre é muito para mim. Numa rua qualquer encontrei um a quilo muito arrumadinho, o que faz toda diferença pra mim. Apesar do preço um pouco salgado (35,90 o kg) fiquei por lá mesmo. Recomendo. Entre os prats maravilhosos comi linguado recheado de alho poró com molho de limão e gergelim! Hum...

(Copacabana Palace. Só para os ricos e endinheirados)

Depois do almoço voltei a andar. Agora no calçadão! Não vi nenhum surfista e poucos banhistas. Mas tinha muita gente praticando esportes. Claro que a praia fica mais bonita no verão, com aquele monte de guarda-sol colorido, mas ainda assim era uma paisagem estonteante. Estava um calor insuportável. Eu só nã queria como precisava me refrescar. Dei uma rodada pelo bairro procurando uma loja pra comprar um short. Rodei 30 minutos até encontrar uma Lojas Americanas. Já estava ficando estressada e com muito remorso de ficar entrando em lojas de roupa e perdendo meu precioso tempo na cidade maravilhosa. Comprei um short e uma Havaianas.

Daí cansei de Copacabana. Como já eram 13h e já tinha perdido muito tempo no centro, peguei um ônibus e fui pra Ipanema. Parei no famoso posto 9 (onde ficavam Vinícius de Moraes, Tom Jobim e a turma de músicos brasileiros) e troquei de roupa. Pus o pê na areia e, enfim, no mar!

(Adivinhem onde estavam meus pés em plena quint-feira. Tem coisa melhor?)

Dei uma voltinha escutando minhas músicas e tirando fotos. Agora, o que eu mais queria era relaxar. Aluguei um guarda-sol a 3 reais e deitei na areia. Ao meu redor, jovens tomando sol e jogando altinho. Pensei que ia ficar com sono, mas nem queria dormir, se não ia perder a vista. Até quis que alguém se aproximasse para conversar, dizer dis hábitos dos cariocas e me contar se aquilo que eu estava vendo era sempre daquele jeito.

(Uma linda vista de Ipanema)

Quando deu 14h30 saí do posto 10 e fui andando pela praia até Copacabana. Peguei um ônibus e voltei para o aeroporto. A linha que peguei fazia o roteiro até o centro pela orla, o que me deu a chance de ver as praias pela última vez.

Fico me perguntando se quem mora no Rio acorda todo dia feliz, se todo dia eles se dão conta que moram na cidade maravilhosa. Eu quero viver lá até essa paisagem me parecer banal!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

As flores da estação

Quando a gente está acostumado a andar em um local , certas coisas passam batido. É o que acontece aqui em BH. A cidade é muito bonita e muito arborizada. Mas é tão comum ver sequências de árvores e plantas verdes nas calçadas, canteiros centrais e jardins dos prédios que, por vezes, esquecemos que elas estão ali.

Tanto que nem sei se foi esse fim de semana que tudo começou ou se já faz algum tempo, mas vocês já pararam pra reparar nos ipês da cidade? As árvores estão todas floridas!

(Ipê na Praça da Estação. Foto tirada desse link)

O ipê é uma árvore brasileira originária da Mata Atlântica e seu nome significa "árvore com casca grossa". A espécie é muito usada na arborização da cidade, pois suas raízes não são agressivas. Os ipês florescem uma única vez no ano, na época do frio. E quanto mais frio e seco o tempo estiver, maior é sua floração.

Em BH, encontramos três espécies. O ipê-amarelo, em menor quantidade, o ipê-roxo e o ipê-rosa. Os dois últimos são bem parecidos, mas podem ser diferenciados por um pequeno detalhe: o ipê-roxo perde todas as suas folhas durante a floração, fato que não ocorre com o ipê-rosa.

Para mim, essa é outra peculiaridade de BH. Primavera? Que primavera? A cidade fica bonita mesmo é no inverno, com suas flores coloridas. Apesar do imenso calor que insiste em nos fazer esquecer, moramos sim em uma cidade montanhosa!

(Praça do Papa. Foto tirada desse link)







(Imagens da Praça da Liberdade, um dos melhores locais para apreciar a beleza dos ipês no inverno. Além de muito floridos, a praça tem exemplares das três cores. Fotos tiradas desse e desse link)

(Alameda dos Ipês, na região da Pampulha. Foto tirada desse link)

(Parque Municipal. O Othon Palace Hotel está ao fundo. Foto tirada desse link)

P.S.: Esse é o post número 100!! Quem diria que esse blog ia funcionar heim?! Heheheh! Obrigada a todos que viram, leram, comentaram e divulgaram. E todos que não fizeram nada disso, mas apoiaram de algum jeito também!

P.P.S.: Olhando meu blog e o post anterior sobre Copa do Mundo eu pergunto: existe alguém mais pé frio do que eu? TODOS os times que torci nas quartas perderam... Acho que vou a vestir a camisa da Alemanha. Espero que funcione...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Curiosidades da Copa do Mundo 2010

Desde o dia 11 de junho a imprensa do mundo inteiro voltou suas câmeras, microfones e gravadores para a África do Sul, sede da Copa do Mundo 2010. O evento, que acontece de quatro em quatro anos sempre em um rodízio de países, traz 32 seleções que se revezam em jogos diariamente. Ontem e hoje, porém, é dia de descanso. Se assim não fosse, a Copa duraria menos de um mês, as equipes não teriam fôlego e o clima de suspense e expectativa ia diminuir consideravelmente. De toda forma, para pessoas que acompanham todos os jogos (como eu), ontem e hoje são dias vazios e completamente sem graça...

(Logomarca oficial. Imagem tirada desse link)
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Mas, aproveitando a "folguinha", pude pesquisar um monte de coisas legais. Por exemplo: foram feitos cinco novos estádios para que a África do Sul pudesse receber a Copa do Mundo e esses foram os primeiros estádios construídos exclusivamente para o esporte. Antes, à época do Apartheid, os estádios eram feitos para rugby e críquete.
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Ainda em 2008, a África do Sul estava tão atrasada para os preparativos do evento que a Fifa cogitou mudar a sede. Entre as opções de países estavam a Alemanha, que tinha acabado de receber uma Copa do Mundo e tinha a estrutura toda montada, a Espanha e a Austrália. Um novo susto veio em 8 de julho de 2009, quando os operários entraram em greve pedindo um reajuste de 15% no salário.
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Por falar em Austrália, esse foi o primeiro ano que o país disputou as eliminatórias da Ásia e não da Oceania (o porquê ainda é um mistério para mim). Com isso, dois países da Oceania entraram na disputa: Austrália e Nova Zelândia. Também é a primeira vez na história do evento que o país anfitrião sai da disputa na fase de grupos.
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Desde a Copa de 1970 as bolas recebem nomes oficiais. Esse ano, a bola se chama Jabulani, que em IsiZulu significa "celebração". Ela possui 11 cores diferentes que fazem referência às 11 etnias e dialetos dó país sede. Deixando de lado as discussões sobre as... bem... peculiaridades da bola, Jabulani é um belo nome. Em uma matéria no Fantástico perguntaram a diversas qual deveria ser o nome da bola da Copa de 2014, no Brasil. "Amazonas", "Brazibola" e "Pelé", foram algumas das péssimas ideias. Mas também surgiram bons nomes, como Irapuã, que quer dizer cheia em Tupi Guarani, ou - a minha preferida - Umbabarauma, da música de Jorge Ben Jor.
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No início do evento, o som insuportável das vuvuzelas impedia os telespectadores de vários países de ouvir a narração dos jogos e os comentários dos jornalistas. Os organizadores pensaram até em impedir as pessoas que portassem "cornetinhas do inferno" (como foram chamadas por aí...) de entrar no estádios. Tudo se resolveu quando a emissora a cabo Meo passou a utilizar uma tecnologia que remove a frequência do som das vuvuzelas através de um chip.
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Utensílios eletrônicos
Para acompanhar a Copa, recomendo uma tabela eletrônica linda e sensacional desenvolvida pelo maior jornal esportivo da Espanha, o Marca. A tabela mostra todos os jogos por dia, seleção, estádio e fase eliminatória. A escolha é do freguês!
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No youtube há um vídeo que faz um tour virtual por todos os estádios do evento. São só dois minutos de exibição para ajudar aqueles que ainda se perdem pelos caminhos da África do Sul.