sábado, 4 de setembro de 2010

A gentileza francesa

Estou triste pelos franceses terem fama de serem arrogantes e sem educação. No momento, inclusive, estou lendo um livro que se chama Français, je vous haime, uma piada com as palavras aimer (amar) e haine (ódio). O autor é Stephen Clarke, um inglês que passou grande parte da sua vida adulta na França e adora zuar com os hábitos e a tal "arrogância" francesa. Nesse livro, ele fala muito mal dos franceses, dá exemplos de como eles podem ser extremamente chatos e afirma que "os franceses sempre têm (ou acham quem têm) razão".


(Plena treça-feira, as pessoas lotam a praça de um bairro qualquer. Outro hábito do francês é o uso constantes dos espaços públicos)

Ainda não acabei de ler, mas o livro é uma piada e faz jus a todas aquelas ideias que temos sobre os franceses. A questão é que, sinceramente, os franceses são muito mais educados do que as pessoas dizem que são. Estou na França a uma semana e posso mudar de opinião, mas até agora não tive motivo nenhum para reclamar de um francês sequer. Levei uma patada de uma mulher que tinha uma loja na frente das Galerias Lafayette. Como não sabia falar lenço, ela não entendeu o que eu queria e gritou: quê que você quer? Mas grandes coisas, foi um único caso e os comerciantes no Brasil são iguais.

No mais, todos os garçons, vendedores, atendentes, professores e pessoas que tive contato até agora são ótimas. Gentileza talvez seja a palavra. As pessoas não reclamam muito, não se xingam muito e nem sequer falam alto. Elas falam em um tom normal. No metro, mesmo lotado, você não escuta risos escandalosos, gritos ou crianças berrando. Tanto que não dá pra escutar uma ou duas conversas em particular, você escuta um burburinho das pessoas que estão falando. Uma mulher que estava na minha frente no metro falava tão baixo que eu podia jurar que ela não estava conversando, só mexendo a boca.

Deve ser algo ligado a educação. Os pais educam as crianças desde cedo a serem quietas. Sempre que uma falava mais alto os pais faziam "Shhhh!". A única vez que vi um francês nervoso foi ontem, quando uma criança sem querer derrubou um copo de água no chão. Ele gritou e olhou pro menino com um rosto de ódio. Depois, o pegou pelo braço e saiu andando com raiva. O menino parecia apavorado, ele não soltou uma palavra sequer. Na mesa comentamos "credo, é só uma criança, acontece". Essa parece ser a diferença: não é que os franceses reprimam seus filho (bem, talvez sim), mas para eles não pode haver muitas falhas, nem choros os barulhos escandalosos. É uma educação mais rigorosa e começa desde cedo.

E viram adultos educados. Absolutamente TODOS os vendedores lhe dão "bonjour" quando você entra e "au revoir" quando você sai, e não parece que façam isso por obrigação. Até hoje, todas as pessoas que pedi alguma informação foram extremamente solícitas. Elas não só explicavam nos mínimos detalhes, falando calmamente, como chegavam a ir até o lugar para nos mostrar o caminho. Quando minha amiga saiu da estação de metro e quando chegou na moradia encontrou pessoas que a ajudaram a carregar a mala (uma grande mala) escada acima.

Fico triste pelos franceses... Enquanto isso, nós somos considerados o povo mais acolhedor de todos. Quando falamos que somos do Brasil as pessoas soltam um sorriso ou dão aquela "sambadinha". Mas poucos têm paciência para ajudar os outros.

Um comentário:

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