segunda-feira, 19 de julho de 2010

Partindo de intercâmbio

Dia 25 de agosto embarco para a Europa para fazer um intercâmbio de 6 meses na França, mais especificamente na cidade de Clermont-Ferrand (perto de Lyon). Só no dia em que recebi uma carta da universidade na qual vou estudar comecei a sentir que esse sonho realmente tinha se tornado realidade e escrevi um post enorme sobre a sensação... mas não postei. Não sei porque, mas fiquei com medo daquilo me trazer má sorte. Superstições...
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(Em Clermont, a Place de Jaude e a catedral gótica de Notre Dame de l'Assomption. Daqui a pouco as fotos serão minhas e não da internet! Foto tirada desse link)
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Bem, agora o intercâmbio está perto e acho que seria bem legal contar aqui todo o processo, as provas que tive que fazer, os documentos que tive que assinar, as regras que tive que cumprir, as coisas que tive que comprar. Tinha a intenção de começar a "série" um mês antes de partir, mas resolvi adiantar uns poucos dias pois acredito que vou estar bem ocupada quando chegar perto. Sem contar que agora, algo me diz que vai dar tudo certo. Já posso escrever!

Programas de todos os tipos

Há várias tipos de intercâmbio. O mais comum é o intercâmbio colegial ou universitário, voltado exclusivamente para estudantes. O colegial acontece durante o ensino fundamental ou médio e o universitário - adivinhem - durante a universidade. A principal característica é que o aluno não vai para cursar um período escolar fora do país. Ou seja, ele vai ser um aluno comum, vai seguir as regras daquela instituição, estudar as matérias básicas, etc. Por isso é um intercâmbio que tem duração mínima de 6 meses.

(Ao que parece, os chineses, japoneses e coreanos são os campeõs de intercãmbio: todo mundo que conversa comigo sobre a própria experiência fala que viu vários olhinhos puxados. Foto tirada desse link)

Dia a dia: os alunos do ensino fundamental ou médio costumam ficar em uma casa de família. Como não são menores de idade, precisam que alguém se responsabilize por eles. As famílias selecionados para receber esses alunos costumam ser bem liberais e, se o jovem não se sentir bem, ele pode reclamar à agência que contratou no início do intercâmbio. Já os alunos universitários costumam ficar em repúblicas ou moradias da universidade, uma opção bem mais em conta. Eles são os responsáveis pelo própria comida, roupa, cama, mesa e banho!

Quem pretende ir para outro país somente para aprender a língua desse local deve optar por um intercâmbio de estudos de idiomas. Esse não traz objeções quanto a idade ou escolaridade e pode durar o tempo que o intercambista quiser, de um a vários meses. Os interessados costumam fazer uma prova para saber qual sala vai frequentar: iniciante, intermediário ou avançado. Em termos de custo benefício (tempo de intercâmbio e preço a se pagar) costuma ser o mais caro.
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Dia a dia: como não há idade, esses viajantes têm moradias diversas. Alguns ficam com famílias, outros moram em albergues, outros em moradias estudantis, etc. A facilidade de fazer amigos é enorme, pois nessas escolas você encontra pessoas de todos os países na mesma situação que você e com os mesmos objetivos. Por isso o nível de reclamação em relação a esse tipo de intercâmbio é o menor. Em compensação, é fácil encotrar brasileiros e o aprendizado da língua torna-se mais difícil, principalmente se você se tornar amigo deles.
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(Essa sortuda conseguiu trabalhar em uma estação de esqui. Cassinos também são locais difíceis de conseguir vaga. Foto tirada desse link)

Por último, existe o intercâmbio a trabalho, exclusivo - obviamente - para maiores de 18 anos. É o que mais depende do país escolhido. Não que o interesse do intercambista não conte, mas emprego é uma coisa que não depende só da nossa vontade, mas também da atual conjuntura econômica local e todas essas palavras bonitas que na verdade querem dizer: nem sempre a gente faz o que quer. Mas há sim muitas opções. A pessoa pode arranjar um emprego ou um estágio na sua área de atuação.

O mais comum, porém, é trabalhar em áreas de menor remuneração. Uma opção bastante procurada é o trabalho de Au Pair. Esse é fechado para mulheres entre 18 e 26 anos que queiram virar babá. Outra opção, voltada para jovens universitários é o Work and Travel. Como diz o nome, o estudante viaja para trabalhar no período das férias, normalmente entre dezembro e fevereiro. A agência de viagens contratada faz a mediação entre o intercambista e as empresas que procuram trabalhadores temporários, que vão desde restaurantes e hoteis até estações de esqui. Os EUA e o Canadá são os países que mais recebem esses jovens. Há programas desse tipo em outros países, mas a oferta é escasa e o programa costuma durar mais de 3 meses.

(Também existe Male Au Pair. As exigências, claro, são maiores. Foto tirada desse link)

Dia a dia: as agências costumam levar centenas de jovens todos os anos. Assim, os intercambistas que vão trabalhar perto costumam alugar uma casa e dividir o aluguel. A agência também ajuda na procura e mantem contato com agências de outros países para que pessoas de diferentes nacionalidades morem juntas, fazendo com que a experiência de falar em outra língua se torne ainda mais intensa (já que, morando com brasileiros, o uso da língua diminui consideravelmente). É o melhor em termos financeiros, já que dá pra recuperar uma grande parte do dinheiro com o trabalho. Mas não vá achando que vai ganhar um bom salário...

Para quem se interessou em algum desses intercâmbios, o primeiro passo é procurar uma agência de turismo que possa explicar todo o processo. As mais conhecidas são a CI, a STB e a World Study, mas existem outras.

No próximo post, vou escrever detalhadamente sobre o meu intercâmbio, desde o início do processo seletivo!

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