terça-feira, 4 de maio de 2010

Novos olhares

Meu sumiço temporário do blog tem justificativa: estava viajando a trabalho. Mas nada melhor do que poder viajar a trabalho, ja que é pra trabalhar mesmo, porque não dar umas escapadas e fugir da rotina? Meu destino dessa vez foi Ouro Preto. Já falei da cidade histórica nesse e nesse link, sempre com muito respeito, mas (como vocês podem observar) nunca de uma forma apaixonada.

(Telhados, morros e ruas de pé-de-moleque. Foto tirada desse link)

Ouro Preto para mim nunca foi sinônimo de prazer. Ela era a cidade do passeio de domingo ou da excursão da escola. Nunca saí do centrinho da cidade, que vai uns três quarteirões além da Praça Tiradentes. Quase todas as minhas visitas incluiam entrar e sair sem parar de igrejas e museus. Subir e descer morros era inevitável. Tudo era histórico, barroco e rococó. Também nunca dormi lá e não conhecia a noite da cidade. Ou seja: já tinha ido várias vezes, mas a conhecia só pela metade.

Dessa vez, Ouro Preto sorriu pra mim. O que é muito irônico, na verdade. Cheguei segunda de manhã, trabalhei o dia inteiro até às 18h e fui embora terça cedinho. Porque, meu Deus, encontrei uma outra cidade? Simples: não fiz "turismo". E isso foi essencial para quebrar a imagem "chata" da cidade que tinha se formado na minha cabeça.

Cheguei em Ouro Preto pela estrada principal, passei pelas construções que já conhecia de anos atrás e mudei de rota. O evento que iria participar era no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), bem longe da Praça Tiradentes ou, como digo, láááá embaixo. Descendo aquela ladeira já me deparei com uma cidade diferente. Para mim, a parte histórica da cidade não era lá tão grande. Parecia pequena, do tamanho dos meus passeio antigos. Mas ela é bem grande e, o que mais encanta, conservada. Diferente de Diamantina, Ouro Preto é toda bonita. As casas com pinturas novas e varandas coloridas se estendem por metros sem fim.

Uma curiosidade: Ouro Preto é cheia de plaquinhas que ficam nas portas de hotéis, lojas ou repúblicas. Elas não ficam soltas, são presas por um cabo de aço formando um T com a parede. As placas começaram a ser usadas para não danificar a fachada original das construções. Hoje, virou uma marca. Não são nada extravagentes e nem pretendem ser usadas para competir com outros estabelecimentos. Ao contrário, são bonitas, coloridas e divertidas. Sempre que passava por uma levantava o pescoço para ler o que estava escrito: uma distração por si só.

(O nome da República se deve a um morador que lembrava um ator da novela "O Espigão" que tinha fama de tarado (ok). Foto tirada desse link)

A noite, depois de um dia inteiro passado dentro do Centro de Convenções, saí para comer. Outro problema: com exceção dos doces (sempre gostosos), sempre associei Ouro Preto a comida mineira meeesmo, pesada e gorduroso. Ao contrário, a organização do evento estava pagando rodízio de pizza em um restaurante excelente chamado O Passo. O local é lindo, toca boa música e tem uma pizza sensacional. Um milhão de palmas para a "juazeiro", de carne de sol e catupiry.

Dormindo tarde e acordando cedo, fui fazer uma horinha antes cair na estrada. Uma horinha não, 20 minutos. Resolvi voltar e conhecer, a pé, essa nova cidade. Desci a Rua Direita até o fim, quando ela, inclusive, deixa de ter esse nome. Depois subi quase em zig zag, caminhando por várias ruas. No meio do caminho cheguei a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Entrei rapidamente e ela parecia ainda mais bonita (principalmente porque não precisava ficar escutando nenhum guia sobre a idade das obras de arte e a história do ouro que ornava o altar da igreja).

Passei na frente do restaurante do dia anterior e pude ver melhor o Parque Horto dos Contos, um espaço público que fica ao lado d'O Passo. É um espaço de lazer bonito e, pensem bem, raro. Cidades históricas construídas a séculos atrás não pensavam em ecologia. As casas eram colocadas umas do lado das outras, sem espaço verde. O local possui lanchonete, mirantes, sanitários, anfiteatro, quadra e diversas coisas.

(Trilha do Parque Horto dos Contos. Foto tirada desse link)

Para fechar, fui pela Estrada Real em direção a Ouro Branco, uma caminho tortuoso que dá uma linda visão da parte baixa da cidade e das montanhas em torno. Meu arrependimento: esqueci minha máquina de tirar fotos. Caso contrário, tentaria mostrar a vocês a Ouro Preto que vi ontem e hoje. Mas essa quinta volto lá e prometo algumas fotos!

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