segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Destino de luxo em Floripa

De todas as praias de Florianópolis a que mais impressiona é Jurerê Internacional. E não por menos. O local é uma das praias mais chiques e caras do Brasil. As pessoam não bebem cerveja, bebem champagne. Casa de praia com dois quartos só se for para hóspedes. Festas na alta temporada por menos de 200 reais você não acha. Boteco copo sujo? A quilômetros de distância. Lá tudo é do bom e do melhor.

Tudo começa na entrada do bairro. Casas e mais casas de deixar qualquer um com inveja. Devido a uma política entre os donos das casas, elas não podem ter muros. Exatamente Jurerê é conhecida como a Beverly Hills brasileira. Uma chance para os ladrões? Negativo. É claro que a vigilância aqui é pesada. A segurança 24 horas, todos os dias do ano garante conforto e tranquilidade para o morador e para o turista.

É de lá que vêm as baladas mais famosas da cidade, se não do Brasil. Florianópolis foi considerada a capital mundial da ferveção pelo Jornal The New York Times, na frente de destinos como Ibiza e Saint-Tropez, conhecidas por terem algumas das melhores festas do mundo. Isso porque eles consideram Floripa uma mistura desses dois lugares, somados a preços mais em conta e a descontração do brasileiro. E esse título se deve, em grande parte, a Jurerê Internacional. Para completar, gente bonita é o que não falta. E artistas também. Artistas, esportistas e modelos marcam presença na praia todo ano.

O bairro também tem uma avenida com vários restaurantes, lanchonetes, lojas de roupas e bistrôs. Ou seja, o comércio da região. Algumas lojas abrem para o almoço, mas a maioria só funciona depois das 3 da tarde, quando o movimento passa da praia para a cidade. A noite, com tudo aberto, o espaço ganha uma bela iluminação.

(Pessoas caminhando pela Avenida dos Búzios. Opção para quem quer sair a noite, mas voltar antes da madrugada cair)

Mas passar uma temporada nesse paraíso tem seu preço. E ele é alto, muito alto. O aluguel de uma casa na beira da praia fica em torno de 5 mil reais a diária. E pode aumentar. A comida também é cara. Um porção de isca de peixe como essa é 26 reais.

(Porção de isca de peixe pedida na Barraca Taikô. Para se ter ideia dos preços, um suco de frutas natural custa 5 reais, um refrigerante 4, e uma garrafinha de Bohemia 7)

Um dia comum na vida de um turista de Jurerê

Vou criar um personagem típico dessa praia para vocês entenderam a rotina de férias dos jovens que viajam para lá. Vamos pensar em um turista rico e jovem que resolveu chamar alguns amigos para passar as férias na sua casa de praia, em Jurerê. Sem hora para acordar, ele (que pode ser homem ou mulher) levanta quase às 11 da manhã. Todos tomam um belo café com mais comida do que podem comer. Ou mais do que devem no caso das mulheres, já que estão de regime (afinal, é verão).

Os homens se perfumam, se penteiam, colocam um chinelo e vão para a área da piscina. Enquanto isso, as meninas escolhem um biquíni bem bonito, uma bolsa de marca e um sapato fechado ou de salto. Ir com essas peças caras para a praia, pegando maresia, sol e areia, nem é culpa delas. O que elas podem fazer se não tem nada "pior", nada comum? Depois da arrumação só falta uma coisa: grandes óculos escuros de armação grossa. Esse sim, um objeto essencial e presente em nove de cada dez cabeças femininas.

Todos a postos, eles partem para a praia. Escolhem, de preferência, um local com guarda-sol e almofadas. Passam protetor solar, riem, conversam, e pedem um champagne para começar um dia. Beliscam o tempo inteiro, sem olhar para o cardápio.

(Jovens no P12, ou Parador 12. A barraca de praia tem piscina a beira-mar, bangalôs e lounges diversificados. Foto tirada desse link)

Na praia, há DJs em quase todas as barracas. Eles começam a remixar lá pelas quatro da tarde. É a hora que a praia está mais cheia de jovens. As famílias e as pessoas mais velhas já foram embora. Sons leves compõem a trilha sonora.

Perto das 8 da noite os amigos vão embora. Em Floripa chega-se a esse horário sem perceber, já que no verão o sol se põe bem tarde. Alguns dão um pulo na piscina da casa, bebem (mais champagne) e conversam. Outros já começam a se arrumar. Tomar banho, arrumar o cabelo, escolher a roupa. A casa vira uma bagunça nessa hora, mas eles nem ligam para o piso molhado, a roupa pelo chão e o pacote de petisco aberto.

Saem para a rua e passam em algum restaurante para comer alguma coisa. Claro que isso não é uma regra. Muitas vezes vão direto para a festa. Lá, entram sem fila e se esbaldam até as 5 da manhã do outro dia. Bebem um bocado, dançam muito, sobem nos colchões, beijam, cantam com as mãos para cima e cinturas para baixo, em movimentos lentos e circulares.

(Foto tirada desse link)

Saem ao fim da noite. As meninas na frente, por vezes com os sapatos nas mãos. Todos estão rindo e fofocando sobre a festa. Um falatório sem fim. Quando cansados, querem dormir. Quando agitados, as vezes pelo efeito do álcool, passam a noite em claro. Problema nenhum, afinal, alguém aí tem hora pra acordar? Na falta de uma resposta positiva, viram a noite esperando o dia, que será igual ao anterior. Nada mal.

O turista econômico

Nem tudo são dólares nos mares do sul. Outras opções de acomodação incluem o aluguel de um flat. Há também diversos hotéis e pousadas pelo bairro. A Pousada dos Dourados e o Jurerê Guest House oferecem diárias para casal entre 150 e 300 reais com café da manhã incluído. Aqui você pode encontrar uma lista com acomodações, das mais caras às mais em conta.

Quer entrar no clima sem precisar gastar até 100 reais com uma garrafa de champagne? Mole. Pode ficar esperando na areia que a solução vai até você. A Miolo Wine Group (grupo de vinhos Miolo) lançou carrinhos climatizados que circulam pela praia vendendo champagne da linha Terranova. A garrafa de 250 ml sai por 10 reais e as tacinhas são por conta da casa (no caso, da barraquinha)

(Foto tirada desse link)

Se você ainda acha tudo caro demais e não se deu por satisfeito, tudo bem! Assista esse vídeo. A matéria foi exibida no último domingo no Fantástico, no quadro Repóter por um dia. O jornalista da vez foi o sambista Dicró. Ele mostra, de forma bem humorada, que não se você ainda não tem recursos para ir a Jurerê Interncional não há porque se lamentar: "não precisa ser bacana pra curtir a vida".

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