sábado, 28 de novembro de 2009

Para conhecer (e entender) Penedo

O espírito de uma cidade a gente só entende estando lá. Em Penedo, alguns passeios são essenciais.

Museu Filandês Dona Eva

Como falei nos posts passados, o museu traz peças de artesanato, fotos antigas, roupa típicas, correspondências, entre outras coisas. O museu, mesmo pequeno, possui um grande acervo. É um dos museus mais interessantes que já visitei e acho que há dois motivos para isso. O primeiro é que ele não se importa em trazer peças históricas ou de grande valor, mas sim coisas que sejam relevantes. Há coisas pequenas e simples mas que dizem muito sobre a cultura nórdica ou a história daquele lugar. No segundo andar, inclusive, há um mural cheio de curiosidades. Os visitantes saem do museu com a certeza de que aprenderam algo. A segunda é o próprio tema do museu, uma vez que a cultura filandesa é tão distante da nossa - e por isso mesmo tão interessante.

(Foto tirada desse link)
Pequena Finlândia
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O mini shopping é obrigatório. As lojinhas imitam a arquitetura de casas tipicamente filandesas e lá você vai encontrar peças artesanais feitas com materiais bem diferentes. Aliás, dando uma voltinha pela cidade você também encontra lojinhas e outras galerias com artesanato. Também é na Pequena Filândia que você encontra a única casa do Papai Noel oficial fora da Finlândia. Sinceramente, o preço que eles cobram pra entrar no local não vale a visita. Mas se você é do tipo "sou turista e quero participar de tudo", entre (eu entrei).
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(Uma das ruazinha da Pequena Finlândia. Foto tirada desse link)

Danças Típicas

As danças folclóricas acontecem no salão do Clube Finlândia todos os sábados a noite. Além de polcas, tangos, valsas também há samba e rock. Vale a pena ir no local, mas caso você não tenha tempo, procure saber se o grupo de danças filandesas vai se apresentar em algum lugar da cidade. O clima é diferente, mas dá para ver as roupas típicas e os passos de dança.

(Apresentação do grupo de danças filandesas no shopping Pequena Finlândia. Foto tirada desse link)

Gastronomia

A cidade parece uma festa da gastronomia nórdica. Há restaurantes com comida filandesa (destaque para o Koskenkorva), norueguesa e sueca, além dos alemães (como a Casa do Fritz), os japoneses e os suiços. A essa mistura de temperos junta-se as trutas: criadas nos lagos próximos a região, Penedo têm alguns restaurantes especializados nesse peixe, que só sobrevive em locais não poluídos. Os preços dos restaurantes são um pouco salgados e o atendimento é devagar, principalmente em dias muito cheios. Depois do almoço, vá a alguma casa de sorvete ou chocolates artesanais.

(Chocolates artesanais. Hum... Nesse site você encontra os nomes de quase todos os restaurates de Penedo. Foto tirada desse link)

Ecoturismo

Penedo está dentro do Parque Nacional do Itatiaia e é rodeada de natureza literalmente por todos os lados. Há várias trilhas para serem feitas, inclusive uma caminhada de 20 minutos de aclive até o Pico do Penedinho que proporciona uma visão panorâmica da cidade. No caminho, muitas Araucárias e algumas cachoeiras. As mais visitadas são Três Cachoeiras, Cachoeira de Deus e Três Bacias/Poço das Esmeraldas.

(Cachoeira Três Bacias. É a mais longe do centro de Penedo. Suas águas calmas são ótimas para banho. Foto tirada desse link)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Curiosidades sobre Penedo e a cultura filandesa

Mais de 10 mil quilômetros separam Brasil e Finlândia. As diferenças entre povos, clima, língua e cultura não poderiam ser pequenas. Como prometi no post passado, segue aqui uma pequena lista de CURIOSIDADES que li no Museu Filandês da Dona Eva, quando estive lá em 2005.

- Suomi é Finlândia em filandês.
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- Sauna é uma palavra filandesa sem tradução no Brasil. Foi a primeira construção efetuada pelos imigrantes quando chegaram em Penedo, após algumas casas. Se aquecer em saunas durante o inverno é um hábito das pessoas desse país.

- Penedo já teve uma escola de línguas que ensinava filandês. Como a língua é muito difícil, a procura era pequena e as aulas acabaram. Hoje, no Brasil, só existem duas escolas que ensinam filandês, ambas em São Paulo.
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- Os trajes típicos não são mais usados no dia a dia, visto que a população camponesa na Finlândia praticamente não existe mais. Hoje, os trajes são usados em bailes típicos e apresentações de danças folclóricas.
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- O artesanato dos filandeses é bem vasto. Podemos destacar a fabricação de velas de todas as cores, tamanhos e aromas, os tapetes feitos a mão e a confecção de vários objetos a partir de bucha vegetal, como bonés e sacolas. Infelizmente, o artesanato com bucha não foi difundido em Penedo e não encontra-se peças nesse estilo na cidade.

(Tear de Rodrigo Tecelão, morador de Penedo. Ele conta que esse tear foi construído com ajuda do filandês Niilo Valtonen, primeiro fabricante de teares manuais do Brasil. Foto tirada desse link)
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- O Clube Filandês, fundado pela própria comunidade no terreno de um dos moradores da colônia, foi utilizado como ponto de encontro da comunidade para conversas, danças e entretenimento.
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- A árvore de natal tipicamente filandesa não tem pisca-piscas. A luz é substituída por pequenas velas colocadas nas pontas dos ramos da árvore. A vela é muito apreciada na Finlândia por passar o sentimento de calor e conforto nas noites frias do país.
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(Velas multicoloridas fabricadas pela Velas Finland, fundada por um casal de filandeses há 30 anos. Foto tirada desse link)
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- Cada família produz os enfeites da própria árvore.
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- Os imigrantes não escolheram Penedo por ser uma cidade com clima de montanha, como o que eles estavam mais acostumados, e sim por ser uma cidade brasileira com clima tropical onde existiam terras que estavam a venda. Eles queriam um país para plantar e que desse frutas o ano inteiro, para poderem sustentar a comunidade, que era vegetariana.

domingo, 22 de novembro de 2009

Finlândia brasileira

Vi os primeiros pisca-piscas há duas semanas, em um posto de gasolina. Desde então o clima de natal só aumenta: verde e vermelho por todos os lados, presentes, decorações com laços e guirlandas, árvores com mil bolinhas coloridas, panetone. O natal me contagia. É por isso que resolvi escrever sobre Penedo, um distrito do município de Itatiaia, no sul do estado do Rio de Janeiro.

(Entrada do shopping Pequena Finlândia. O local é cheio de lojas e bares com arquitetura que imita casas tipicamente filandesas. Foto tirada desse link)
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A cidade é o espírito do natal em pessoa. Penedo foi colonizada por filandeses, país conhecido por ter como habitante ilustre ninguém menos que o Papai Noel. Inclusive, dentro da Pequena Filândia, um shopping com lojinhas que reprodzem a arquitetura das casas filandesas, há a única casa do Papai Noel oficial fora do país.

Isso já bastaria para a cidade ser alvo turístico nessa época do ano. Mas ela traz ainda mais surpresas. Já no início de novembro as lojas e casas começam a ser enfeitadas. Uma grande árvore é montada na frente da casa do Papai Noel, aonde há um espaço aberto com uma pequena arquibancada e apresentações de danças, músicas e corais nos fins de semana. O clima de cidade pequena deixa tudo mais aconchegante e o "friozinho" da região, que fica no pé da Serra da Mantiqueira, deixa o natal com uma cara mais "européia". Para isso também ajudam os restaurantes com cozinhas internacionais, da alemã à norueguesa, e as casas de chocolates artesanais.

(Árvore dentro da Pequena Finlândia. Foto tirada desse link)

O clima natalino não é só uma questão de hábito ou atração turística. As raízes dessa cultura vêm da colonização filandesa, que se instalou por lá na década de 1920. O idealizador e fundador da colônia, Toivo Uuskallio, conta no livro "Na viagem em direção à magia do trópico" que recebeu um chamado para deixar seu país e ir para o sul.

Em 1927, Toivo, sua mulher e três rapazes embarcaram para o Brasil. Eles procuravam um local calmo, quente e com terras férteis para manter uma comunidade com bases vegetarianas. Depois de um período de aclimatação ele comprou a Fazenda Penedo e fundou a colônia. De 1927 a 1940 chegaram quase 300 filandeses ao porto do Rio.

(Filandesas em frente ao Casarão. Foto tirada desse link)

A década de 1930 foi de grandes dificuldades e só melhorou em 1942, com venda de parte da fazenda a uma empresa suiça. Foi nessa época também que o turismo surgiu em Penedo. A comunidade percebeu que os habitantes com traços europeus, as danças folclóricas e toda aquela cultura tão diferente da brasileira atraía as pessoas.

Hoje, Penedo conta com 52 hotéis, vários restaurantes, lanchonetes, bares e casas de chocolates artesanais. Há menos de 20 filandeses naturais morando em Penedo, mas a preocupação com a preservação da cultura é grande. O Clube Filandês, fundado em 1943, faz bailes todo sábado com apresentações do Grupo de Danças Tradicionais. O Museu Filandês da Dona Eva, apesar de pequeno, é responsável por um grande acervo de peças filandesas, roupas, instrumentos musicais, correpondências antigas, fotos e informações.

No próximo post vou trazer algumas curiosidades que peguei no Museu da Dona Eva quando estive na em Penedo, em 2005.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nuances de uma Europa Oriental

Um livro escrito a dois tempos. O primeiro se passa em 1911, quando o desenhista Charles-Edouard Jeanneret, apenas com 23 anos, escreve um diário narrando sua viagem. O segundo se passa em 1965, quando esse mesmo jovem resolve revisar o livro para, então, publicá-lo. Nessa época, o jovem já tinha 77 anos e era conhecido como Le Corbusier, um dos mais importantes arquitetos do século XX. Assim é A viagem do oriente (Le voyage d'Orient).


A obra foi o primeiro e o último texto escrito pelo francês Le Corbusier, que morreu meses depois do lançamento. O relato do artista começa em Berlim, na Alemanha, e passa por Dresden, Praga, Viena, Budapeste, Constantinopla, Monte Athos, Atenas, Brindisi, Nápoles, Pompéia e Roma. A meta era ir até o Egito. Entretanto, quando ele e seu amigo chegam a Atenas acabam tendo que encurtar a viagem por questões de saúde.

De toda forma, o que lemos no livro é um relato apaixonado de um jovem pela arte. Mas pela arte remota, primária. Le Corbusier se encantava, por exemplo, com jarros a moda antiga, aqueles que ainda não foram contaminados pelo "gosto ocidental". Em uma passagem do livro ele narra que ao entrar em um mercado procurou algo que fosse representativo dessa estética. Não encontrava: tudo parecia igual, criado para atrair turistas, feito em série para vender mais e mais. Até que resolveu ir nos fundos de uma lojinha. Lá no fim, perdida entre as estantes, uma peça lhe chamou a atenção. Aquela sim, pela sua forma e tons, parecia trazer de volta as raízes daquela cultura.

Essas situações faziam o jovem refletir sobre o passado e o futuro. O progresso tem de ser feito em cima da supressão de certas culturas? E a partir desses questionamentos o arquiteto traz profundidade ao livro. A outra boa surpresa do livro é a noção artística de Le Corbusier. Com apenas 23 anos ele mostra já entender como ninguém de profundidade, estrutura, disposição de volumes, nuances de cores.
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E ele não escreve só sobre a arte dos tapetes, das peças artesanais, dos panos, mas também dos degradês do céu e das incríveis paisagens, narradas com precisão. Precisão até demais... e aí um problema: é tanto detalhe que a leitura se perde. Confesso que, por vezes, tive vontade de parar de ler. Foi cansativo terminar e só o fiz por teimosia. Páginas e páginas falando sobre um único pedaço de pano. A narrativa flui lentamente e, por vezes, as histórias pessoais ou os relatos das pessoas de um país são bem mais interessantes.
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Acredito que para uma pessoa da área o livro seja bem melhor. Pelo menos é o que mostra a resenha de A viagem do oriente feita pelo arquiteto Artur Rozestraten. Leia também e forme a sua opinião.

domingo, 15 de novembro de 2009

Causos no interior - Personagens (4)

Dessa vez, a seção Personagens traz não uma, mas cinco pessoas. São pequenas situações que aconteceram durante minha estadia no Park Hotel Mantiqueira que me chamaram a atenção. Talvez elas passariam despercebidas por alguém, talvez eu mesma tenha deixado muitos casos como esses pra trás. De toda forma, pequenas pílulas como essas mostram um pouco de nós, em poucos minutos.

Infância com batatinhas

Duas meninas, irmãs, entre seis e sete anos, estavam saindo do restaurante com um pratinho de batatas fritas. A mãe avisou: "Vê se não vai derrubar tudo!". Elas garantiram que nada ia acontecer. Já na escada caíram duas. A filha que segurava o prato olhou para trás. Por sorte, a mãe estava de costas. Ainda bem.

Foram andando para o brinquedo que ficava na frente do restaurante. Uma casinha com balanços nas pontas, cavalinho que vai e vem no meio, escada e escorrgador. Mas elas não queriam simplesmente ficar lá, queriam subir a escada para comer lá em cima.

Na caminhada caíram mais duas. No caminho, comeram mais umas cinco. E começaram a subir a escada do brinquedo. Uma delas foi na frente e a outra ficou embaixo para passar o prato. "Ideia de mestre", elas devem ter pensado. A que estava atrás subiu dois degraus, ficou na ponta do pé, deu uma inclinadinha no prato pra irmã pegar sem ela ter que subir mais nenhum degrau... e as últimas três batatinhas caíram.

Ela viu, olhou pro prato triste e fez o caminho de volta para pedir mais. Falou com a mãe: "Mãe, eu e a Bela comemos tudo. Ela quer mais batata e eu quero doce de leite". A mãe serviu e ela voltou. Dessa vez comeu no balanço, sem precisar subir escada nenhuma.

Urbanóides

O hotel tem um lago para pesca. Peixes pequenos, nenhum surubim de 5 quilos ou algo que o valha. Ninguém tinha se arriscado antes, até que duas meninas decidiram tentar a sorte. Ficaram menos de 15 minutos e foram chamar mais uma pra ver se a coisa ficava mais legal.

Todas adolescentes, não pararam de conversar. E, claro, não pegaram nenhum peixe. Com menos de 10 minutos outra menina, mais nova que elas, grita lá de cima: "Vamo nadar!". Elas confabularam um pouco e em menos de 5 minutos largaram as varas no banco perto do lago e subiram o morro.

Meu pai comentou: "Isso é típico das pessoas urbanas...". "Sair correndo pra ir nadar?", perguntei. "Não, a impaciência". Ah, isso também.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dois hotéis em Barbacena. Escolha o seu!

Barbacena, uma cidade à 169 km de Belo Horizonte, não tem lá muitas coisas para se ver. A cidade apresenta alguns edifícios históricos, de estilo colonial ou barroco, mas nada muito expressivo e ainda pouco conservado. Outro problema é a concorrência: Barbacena está perto de cidades como São João del-Rey e Tiradentes, famosas pelas suas construções históricas e festivais culturais.

Assim, no que tange a pontos turísticos, Barbacena não tem muito. O que ela tem de melhor são os hotéis. Das últimas três vezes que fui para a cidade passei o dia inteiro em um. Sempre fiquei no Senac Grogotó, que é também um hotel escola aonde jovens da cidade e de regiões próximas aprendem tudo que diz respeito a hotelaria, de gastronomia à administração de hotéis. No feriado de finados, fui pela primeira vez ao Park Hotel Mantiqueira.













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(A 1ª foto é do Park Hotel Mantiqueira. A 2ª, da entrada do Sena Grogotó. Foto tirada desse link)

O Guia Quatro Rodas de 2010 coloca os dois lá no alto. Ambos estão classificados com o símbolo de médio conforto, sendo que o Park Hotel ainda apresenta o símbolo de ambiente agradável. O preço de ambos também é semelhante: Um quarto para duas pessoas sai por 168 e, no Park Hotel, por 150. O que faz a diferença então? Abaixo, segue uma lista com alguns quesitos. Em bold está aquele que eu prefiro. Mas que fique CLARO: essa é minha opinião. E, além disso, mesmo que um hotel ganhe mais "positivos" que o outro, tudo se resumo ao que você procura.

Localização

Park Hotel: Está a 13 km da entrada da cidade. Fica na beira da estrada, mas o lugar é tão bonito e cheio de verde que você nem percebe, a não ser pelos barulhos dos caminhões de vez em quando.

(Esse é o restaurante do Park Hotel, a primeira imagem que se vê logo ao sair da estrada e entrar no hotel)

Grogotó: Está em um dos pontos mais altos da cidade. É sempre bom ficar perto da cidade, mas levando em conta que Barbacena não tem lá muito o que se ver, a vantagem não é tão grande assim.

Comida

Park Hotel: A comida é caseira. O café da manhã é comum, com frutas, pães, bolos e biscoitos. Nada em excesso. O almoço e o jantar não estão incluídos na diária e são servidos em outro restaurante, separado do hotel e perto da estrada, pois é aberto ao público. O almoço é 15 reais por pessoa e a vontade. Já o jantar é a la carte. A cozinha do hotel faz lanches como pizzas e sanduíches que podem ser pedidos a qualquer hora do dia.

Grogotó: No quesito comida o Grogotó ganha de lavada. O café da manhã tem tudo o que o Park Hotel tem, mais geléias, pães sortidos, várias opções de bolo, omelete, salsicha e até panquecas. O almoço e o jantar também não estão incluídos na diária. O jantar é a la carte e no almoço paga-se um preço único para comer a vontade. São muitas opções, da salada ao prato principal. Da primeira vez que fui lá, inclusive, havia uma sala inteira só de sobremesa com tortas, mousses e doces. O segredo? O fato de o hotel ensinar gastronomia a jovens e ter como professor o melhor chef da cidade. Mas tudo isso tem um preço: o jantar é caro e o almoço o dobro do Park Hotel, 30 reais.

(Hum... café da manhã. E essa é só a parte dos pães. Falta a mesa de bebidas, a de frutas, a de pratos quentes... Foto tirada desse link)

Instalações

Park Hotel: Há um tempo venho tentando entender o que faz um lugar ser confortável. Por enquanto as minhas hipóteses indicam que entre esses itens estão jardins com muito verde, decoração com cores quentes e pés-direitos baixos. O Park Hotel tem tudo isso. A foto ao lado mostra o hall de entrada, cheio de poltronas coloridas, revistas e vista para a área de lazer do local. Outra coisa legal é a luz: os corredores do hotel tem clarabóias e durante a manhã e parte da tarde a claridade é tanta que as luzes não precisam ser acessas.

Grogotó: É um hotel mais urbano e menos aconchegante, com cara de cidade. Mas tem melhores
quartos e em maior quantidade, 88 no total. A foto ao lado mostra o salão nobre do Grogotó, ao lado da recepção. O local é bem espaçoso e claro, no lugar de janelas, as paredes são inteiramente de vidro. A foto foi tirada desse link.

Área de lazer

Park Hotel: Tanto o Park Hotel quanto o Grogotó contam com estacionamento, sala de tv, salão de jogos, piscina comum, piscina aquecida, sauna, quadra de futsal e playground. A mais, o local oferece campo de futebol, cavalos e lago para pesca. O clima da área de lazer é igual a de um hotel fazenda, com muita área verde, animais (inclusive dois gansos muito engraçados que ficam gasnando vez ou outra), flores e até uma casinha na árvore.

(Visão da casinha na árvore. O playground e a piscina estão ao lado)

Grogotó: Além do que foi citado acima, o Grogotó tem sala de cinema, centro de convenções, sala de ginástica e ofurô. A área de lazer é mais chique, diremos assim. Apesar da falta de verde, traz tantas atrações interessantes quanto.

(Vista aérea da piscina aberta do Grogotó. A sala de ginástica, piscina aquecida, sauna e ôfuro estão ao lado, em um local coberto. Foto tirada desse link)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Queda do Muro de Berlim completa 20 anos hoje

Ei pessoas! Há uma semana passei a ser redatora da seção TRIPz do site FUNtástico. O site é novo, muito legal e separado em diversas seções como esporte, mundo geek, cinema, música e por aí vai. Assim, vai ter um intercâmbio entre os posts aqui do blog com os posts do FUN.

A primeira matéria que entrou lá foi sobre comer de graça em NY, que eu tinha feito pro blog no dia 7 de outubro. Hoje, vou postar aqui uma matéria que fiz especialmente para o FUN: no dia 9 de novembro de 1989, às 23h, os alemães colocaram abaixo a barreira que dividia a cidade. Hoje, comemora-se 20 anos da queda do muro de Berlim. A matéria original você confere aqui!

A união de um país

Em 1961, um muro de 4 metros de altura separou uma cidade ao longo dos seus 155 quilômetros. De um dia para o outro, famílias inteiras foram separadas. Crianças tiveram que trocar de escolas e trabalhadores de emprego. Essa é a história do muro de Berlim, símbolo máximo da Guerra Fria e da divisão mundial entre países capitalistas e socialistas.
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("Restos mortais" do muro de Berlim. Hoje, essas paredes grafitadas são uma galeria a céu aberto, a East Side Gallery. Foto tirada desse link)

Hoje, comemora-se os 20 anos da queda do muro, que aconteceu em 9 de novembro de 1989. O fim dessa barreira representou o fim do regime comunista não só por parte do governo, mas também pela mão do povo: o muro foi quebrado por milhares de alemães, de ambos os lados, que ansiavam novamente pela unificação da cidade.

No lugar do muro ficou uma Berlim que rapidamente se desenvolveu. Há museus, oficinas, bares e boates por todo lado. Na capital alemã, a tolerância é levada a sério e diferentes culturas e tribos convivem sem problemas.

Mas nem todo muro caiu: mais de 1 km dele está intacto e funciona como uma galeria a céu aberto batizada de East Side Gallery. As paredes apresentam grafites de 118 artistas de 21 nacionalidades diferentes. Hoje o local é um dos pontos turísticos mais visitados do país. Além disso, todo o percurso do muro ao longo da cidade está marcado no chão.

Retomada histórica

Com o fim da II Grande Guerra, em 1945, a Alemanha foi dividida pelos vencedores em duas partes. O lado ocidental ficou sob o domínio dos capitalistas EUA, França e Inglaterra. O lado oriental, sob o domínio comunista da então União Soviética (URSS). A capital Berlim, que se encontrava na parte oriental, também foi dividida em duas sob o mesmo esquema.

O problema foi quando o estilo de vida da Alemanha oriental, cheio de restrições, começou a incomodar. O fluxo de pessoas para a parte ocidental aumentou tanto que o governo da URSS resolveu erguer um muro bem no meio da cidade. O fez na madruga de 13 de agosto de 1961.

Muitas pessoas tentaram romper a barreira e atravessar o muro ilegalmente. Estudos de diversas entidades alemães estimam que mais de 100 mil pessoas tentaram atravessar o muro. Cerca de 150 morreram e muitas ficaram feridas.

sábado, 7 de novembro de 2009

Olimpíadas 2016. Isso vai dar certo?

Desde que o Rio de Janeiro ganhou a disputa de sede das Olimpíadas de 2016, no dia 2 de outubro desse ano, as opiniões se dividiram. A grande discussão gira em torno dos investimentos financeiros. Com um evento desse porte nas mãos, o governo terá que investir em quadras, estádios, pistas, instalações para as comissões desportivas e também em questões primárias como segurança, transporte, turismo etc.


(Logo oficial das Olimpíadas do Rio 2016. Foto tirada desse link)

As pessoas que são contra dizem que querer organizar um evento como esse em um país que ainda precisa de tantos investimentos em saúde, educação e transporte é um absurdo. E o pior é que vamos sair de uma Copa do Mundo, em 2014, e ir direto para uma Olimpíada: o preço a se pagar por tudo isso é alto demais se pensarmos no nível de pobreza da população. Além disso, Londres, a sede das Olimpíadas de 2010, já gastou cerca de 60 bilhões de dólares, quase 120 bilhões de reais e a outra pergunta é se esses 120 bilhões de reais provenientes do governo (ou seja, dinheiro público) não serão desviados ou superfaturados como costumamos ver no Brasil (e como suspeitam ter acontecido nas obras do Pan Americano de 2007).

Outro argumento se basei na segurança dos próprios atletas, não só em relação a assaltos e sequestros. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde serão realizadas as competições de remo e canoagem, a águas são poluídas e impróprias para banho.

Já os que estão a favor recorrem ao passado. A cidade de Barcelona (Espanha), por exemplo, passava por uma decadência econômica nas décadas de 1980/90. Com as Olimpíadas de 1992 ela se reergueu. As transformações que a cidade sofreu em termos de transporte, tecnologia e economia são aproveitadas até hoje. Barcelona se tornou um lugar muito mais agradável de se viver e uma das cidades mais visitadas da Espanha. Espera-se que ocorra o mesmo com o Rio.

Olimpíadas, além de investimentos, quer dizer emprego e geração de renda. Além disso, sediar uma Olimpíada é uma ótima oportunidade para explorar os potenciais da cidade, realizar uma mudança política, atrair investimentos para o país e aumentar ainda mais o orgulho nacional. E o país não poderia passar por um momento econômico melhor do que o atual para receber o evento.

Os "contra" e os "a favor" são muitos e estão repletos de argumentos. O site Viaje na Viagem, do turista profissional Ricardo Freire, realizou uma enquete sobre o tema. Clicando nesse link você pode ler a opinião de pessoas de todo o país sobre a pergunta A Olimpíada de 2016 pode fazer do Rio uma cidade realmente maravilhosa?

E você, o que acha do assunto? Deixe sua opinião no Eu Mundo Afora. Para te ajudar a pensar, assista ao vídeo oficial sobre as Olimpíadas, que mostra onde serão as provas de cada modalidade e quais obras serão realizadas na cidade para sediar o evento.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

De dia, de tarde e de noite

Depois de um dia de praia, nada como voltar pro hotel, tomar um banho, comer alguma coisa e escolher um lugar bem bacana pra visitar. E disso o Rio está cheio.

Cristo Redentor
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Em 2007 foi considerado uma das 7 maravilhas modernas do mundo. Pra quem não sabe a história e não entende como uma estátua daquele tamanho foi parar no alto do Corcovado, ela foi montada lá mesmo - ao contrário das teorias que já ouvi de que ela foi carregada até lá. Primeiro foram montadas as estruturas de concreto armado, depois veio o cimento e depois uma malha metálica coberta de pedra sabão. Foi inaugurado em 1931 e hoje é imitado Brasil afora. Minas, por exemplo, tem uma profusão de Cristos. BH tem o seu, no bairro Milionários. Nenhum, claro, chega perto do original.
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Você pode subir até lá a pé, de carro ou de trenzinho (por 36 reais ida e volta). A graça de ir a pé é tirar uma foto a cada escada, que traz ângulos diferentes da cidade. É clichê, ok, mas é sim uma das vistas mais bonitas do Rio e da representação daquilo que venho repetindo: a cidade e seu contetxo, com os paradoxos entre praia e montanha, ambiente urbano e verde, riqueza e pobreza.

(Longe de ser só símbolo religioso ou turístico, dizem que o Cristo representa a alma do brasileiro: receptivo, de braços abertos. Foto tirada desse link)

Pão de Açucar

Não há uma forma melhor de subir os 396 metros do Pão de Açucar do que de bondinho. Inaugurado em 1912, foi o primeiro teleférico instalado no Brasil e o terceiro no mundo. A sua graça é ser todo de vidro, inclusive o chão. Com isso é possível ter vários ângulos da cidade. O passeio começa na Praia Vermelha, faz uma parada no Morro da Urca e chega, enfim, ao Pão de Açucar. O preço é um pouco salgado. A partir dos 13 anos paga-se 35 reais. Dos 6 aos aos 12, 17 reais. Abaixo dos 6 anos o passeio é gratuito. Os passeios acontecem de 30 em 30 minutos.

Outra forma de subir é escalando. Às vezes conseguimos ver, do bondinho ou da praia, pontinhos coloridos se mexendo entre as pedras. A face voltada para a Baía da Guanabara é menos inclinada e acessível para todas as idades, a partir dos 10 anos. Algumas empresas oferecem pacotes para quem quer "escalaminhar" o morro.

(Foto tirada desse link)

Jardim Botânico
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Criada em 1808 por Dom Pedro II para aclimatar algumas plantas e especiarias vindas do oriente, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos 10 mais importantes no gênero do mundo, principalmente pelo fato de abrigar espécies de plantas raras. O lugar tem 137 hectares e o passeio deve ser feito com o intuito de se perder e relaxar.

(Foto tirada desse link)

Lapa

Esse é um passeio para fazer a noite. O bairro da Lapa é o berço da boemia carioca. Hoje, outros ritmos além do samba e da bossa invadem o lugar, mas nenhum se sobrepõem ao outro. Começa a saída às 6h da tarde, quando ainda há luz suficiente para tirar uma bela foto nos Arcos da Lapa, o centenário arquetudo que foi construído por índios e escravos para trazer água do rio carioca até o centro da cidade.

Às 8h da noite já pode escolher uma das diversas opções locais: são bares, restaurantes, boates e casas de shows. O site Lá na Lapa traz a programação completa do que acontece no bairro carioca.
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(Foto tirada desse link)

Gafieira Estudantina

Típica casa de shows carioca, foi fundada ainda em 1932. A ideia era criar um ambiente alternativo aos antigos bailes populares da década de 30. Hoje, a Estudantina recebe shows e espetáculos de dança e tem sempre a pista aberta a quem quer dançar. O local ajuda em muito a afirmar e divulgar a dança de salão no Brasil e no exterior.