domingo, 15 de novembro de 2009

Causos no interior - Personagens (4)

Dessa vez, a seção Personagens traz não uma, mas cinco pessoas. São pequenas situações que aconteceram durante minha estadia no Park Hotel Mantiqueira que me chamaram a atenção. Talvez elas passariam despercebidas por alguém, talvez eu mesma tenha deixado muitos casos como esses pra trás. De toda forma, pequenas pílulas como essas mostram um pouco de nós, em poucos minutos.

Infância com batatinhas

Duas meninas, irmãs, entre seis e sete anos, estavam saindo do restaurante com um pratinho de batatas fritas. A mãe avisou: "Vê se não vai derrubar tudo!". Elas garantiram que nada ia acontecer. Já na escada caíram duas. A filha que segurava o prato olhou para trás. Por sorte, a mãe estava de costas. Ainda bem.

Foram andando para o brinquedo que ficava na frente do restaurante. Uma casinha com balanços nas pontas, cavalinho que vai e vem no meio, escada e escorrgador. Mas elas não queriam simplesmente ficar lá, queriam subir a escada para comer lá em cima.

Na caminhada caíram mais duas. No caminho, comeram mais umas cinco. E começaram a subir a escada do brinquedo. Uma delas foi na frente e a outra ficou embaixo para passar o prato. "Ideia de mestre", elas devem ter pensado. A que estava atrás subiu dois degraus, ficou na ponta do pé, deu uma inclinadinha no prato pra irmã pegar sem ela ter que subir mais nenhum degrau... e as últimas três batatinhas caíram.

Ela viu, olhou pro prato triste e fez o caminho de volta para pedir mais. Falou com a mãe: "Mãe, eu e a Bela comemos tudo. Ela quer mais batata e eu quero doce de leite". A mãe serviu e ela voltou. Dessa vez comeu no balanço, sem precisar subir escada nenhuma.

Urbanóides

O hotel tem um lago para pesca. Peixes pequenos, nenhum surubim de 5 quilos ou algo que o valha. Ninguém tinha se arriscado antes, até que duas meninas decidiram tentar a sorte. Ficaram menos de 15 minutos e foram chamar mais uma pra ver se a coisa ficava mais legal.

Todas adolescentes, não pararam de conversar. E, claro, não pegaram nenhum peixe. Com menos de 10 minutos outra menina, mais nova que elas, grita lá de cima: "Vamo nadar!". Elas confabularam um pouco e em menos de 5 minutos largaram as varas no banco perto do lago e subiram o morro.

Meu pai comentou: "Isso é típico das pessoas urbanas...". "Sair correndo pra ir nadar?", perguntei. "Não, a impaciência". Ah, isso também.

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