sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Festival de Inverno de Diamantina. Vale?

Sempre que escuto sobre festivais e afins fico na dúvida: o que acontece nesses eventos? São artistas da cidade ou que vieram de fora? Como saber qual festival vale a pena? Assim, para fechar a sessão “Diamantina”, resolvi fazer uma reflexão sobre o Festival de Inverno da cidade.

O primeiro movimento necessário é dar uma olhada no passado. Esse foi o 41º, e pelo que vi não foi dos melhores. Durante meu trabalho tive a oportunidade de sair a campo e conversar com moradores e turistas sobre o impacto do Festival na vida deles e na cidade. Quase todos disseram que o evento caiu drasticamente em todos os sentidos.

Uma moradora disse que no início o Festival durava um mês, depois começou a durar 20 dias, e hoje tem só 15. O número de eventos também caiu. Até o ano passado os artistas “brigavam” por espaço no jornalzinho impresso, pois eram 5 ou 4 matérias por dia e pelo menos 6 espetáculos. Esse ano ninguém ficou sem lugar. Em se tratando de verba então, nem se fala. Os coordenadores do Festival mostraram o tempo todo a dificuldade de conseguir patrocínio para realizar o evento. E sem verba tudo diminui. A principal atividade do evento esse ano, inclusive, foi um seminário que durou 2 dias e trazia para a roda dúvidas sobre como manter esse tipo de Festival e a cultura do patrocínio.

De toda forma, ele ainda e ótimo (e não estou ganhando nada pra falar isso, acreditem). O Festival de Diamantina é um dos mais antigos e maiores do estado. Foi ele que inaugurou esse formato – hoje tão comum – que traz, entre diversas características, duas que podem ser destacadas: oficinas para as pessoas se aprofundarem nas temáticas de sua escolha, como teatro, fotografia e vídeo, e uma série de espetáculos de rua e de palco de forma que o evento se transforma quase em um festival de cultura.

Os espetáculos do evento são muitos e de altíssimo nível. E uma curiosidade interessante: os grupos Corpo e Galpão, hoje internacionalmente conhecidos, começaram no Festival, há muitos anos atrás.

E mesmo que não seja tanto quanto nos anos anteriores, o Festival ainda movimenta – e muito – a cidade. Pousadas cheias, pontos turísticos movimentados e ruas acessas. Os comerciantes da cidade não tem do que reclamar, pois a renda sempre aumenta. Um vendedor me disse que o Festival ainda perde em quantidade de pessoas para dois outros eventos: o Carnaval e a Semana Santa, mas ainda assim é dinheiro entrando.

Se fosse para dar o veredicto final, eu diria que vale muito a pena. Por mais que a falta de investimentos e patrocínio atrapalhem, o Festival ainda é um dos melhores e mais interessantes Festivais de Inverno do estado e do país. Se possível, não só assista aos espetáculos a noite, mas encontre uma oficina do seu agrado e participe. Uma amiga minha fez uma oficina de teatro que diz ter sido excelente. E se estiver lá aproveite: visite a cidade, que é linda.

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