segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ouro Preto sem igrejas

Feriado na quinta, imenda na sexta, sábado normal, domingo... viagem! Saí com minha família para Ouro Preto. A idéia era fazer uma ida à cidade que excluísse tudo o que estivesse relacionado a igrejas. Não desprezo as igrejas de Ouro Preto. Sei que elas são símbolos do período colonial brasileiro e que, ainda hoje, o conjunto arquitetônico da cidade forma o maior conjunto barroco do mundo. De toda forma, das várias vezes que viajei para a cidade sempre entrei em uma (ou cinco) igrejas. Agora a gente faria diferente.

O primeiro lugar que visitamos foi o Museu das Reduções que fica em Amarantina, distrito de Ouro Preto. O museu é o único no mundo com réplicas em escala real de grandes construções brasileiras. São 25 maquetes de monumentos como a Igreja da Pampulha (MG) e o Farol da Barra (BA). As maquetes foram construídas por quatro irmãos (os Vilhena) ao longo de 28 anos.


Maquete da Casa dos Contos em Ouro Preto
(Foto retirada deste link)

As maquetes são construídas com os mesmos materiais das construções originais e algumas chegam a ter plantas, água e luz de verdade. Infelizmente não é permitido tirar fotos de dentro do museu, mas no site Projeto Redução é possível ver todas as maquetes.

Depois de Amarantina fomos para o centro histórico de Ouro Preto. Chegamos lá sem saber o que fazer, afinal: "não vamos visitar igrejas!" Parecia uma afronta a todas as pessoas que saem de outros estados (e outros países, veja bem) para ver a arte barroca da cidade.

Começamos pelos museus e admito que acabamos caindo, de certa forma, em algo relacionado com igrejas: Museu do Oratório. (Para quem não sabe ou se esqueceu, oratórios são capelinhas móveis de uso particular aonde as pessoas rezam. Dentro delas há um ou mais santos. Os oratórios chegaram ao Brasil pelas mãos dos colonizadores. Ter um oratório em casa virou, digamos, mania nacional). O Museu do Oratório de Ouro Preto foi fundado em 1998 e tem três andares com oratórios de todos os tipos e tamanhos. Para mim, porém, as peças mais bonitas da exposição são os oratórios de concha.

(Foto retirada deste link)

O museu tem quatro oratórios de concha e fiquei um bom tempo sem conseguir tirar os olhos deles. Esse aí foi produzido em fins do século XVIII. Acredita-se que o autor é Francisco Xavier dos Santos, conhecido também como Francisco Xavier das Conchas. A santa deste oratório é Nossa Senhora da Conceição. As vigas e todas essas flores que vocês estão vendo foram feitas com pequenas conchas. Além de ser muito bonito, não dá para deixar de pensar na paciência de monge do artista.

Saimos do museu e fomos ao Teatro Municipal de Ouro Preto, que foi construído em 1769 e é o mais antigo teatro em funcionamento da América Latina. Depois das obras de restauração em 2006/2007 o teatro ganhou uma bilheteria, um café e um sanitário. Esses espaços foram construídos em um pequeno imóvel lateral.


Fim da viagem. E não me espanta a dificuldade de se encontrar algo para fazer em Ouro Preto que não esteja relacionado a visitar igrejas e apreciar arte barroca. Cada cidade tem seus pontos turísticos e características únicas (aconteceria o mesmo se fosse para Fernando de Noronha e não quisesse ver mar). Mas conseguimos passar um dia agradável fora do roteiro de viagem comum

OUTROS CAMINHOS:
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Para quem quer curtir, as repúblicas dos estudantes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) promovem festas quase todos os dias da semana. Como disse uma amiga minha “estudante de república federal não tem hora pra ser feliz”.
- Ouro Preto é cheia de festivais: de cultura, de inverno, de cinema, de jazz. Este mês o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana toima conta da cidade. Para ver a programação acesse o site do evento

Mais fotos:








2 comentários:

  1. "Pensar viagens
    toda noite me leva
    a um pouso diferente.
    Mas o sonho que sonho
    é sempre o mesmo
    um lar."

    Ryokan

    (pra dar boa sorte pro seu novo blog. dani)

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  2. O fusca no museu de Amarantina tambem e uma raridade. (foto acima)

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