quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ruas e ruelas

Em termos de pontos turísticos a serem visitados, Diamantina não perde para nenhuma cidade histórica. Se bobear ela até ganha: não é como Ouro Preto ou Tiradentes que tem um centro histórico, ela TODA é histórica.

Algumas atrações, porém, não valem a pena. A Casa do Intendente é uma delas. Ela está em restauração para abrigar o Museu de Arte Sacra. Não sei como o museu vai ficar, mas por enquanto a única coisa que a casa oferece ao visitante, além de muita poeira, é um teto não restaurado com pinturas que datam do final do século XVIII.

Há outros pontos turísticos que valem muito a pena, mas não gastam muito tempo, como as igrejas, de uma forma geral. Igreja por igreja, outras cidades históricas oferecem mais. A casa da ex-escrava Chica da Silva é outra. A fachada é linda e os turistas podem tirar ótimas fotos, mas não tem muitas coisas dentro da casa.

Alguns lugares recomendo fortemente. Um deles é a Casa da Glória. A casa é formada por duas edificações dos séculos XVIII e XIX ligadas por um passadiço (este sim, o cartão postal mais famoso da cidade). Anteriormente o local era o colégio das irmãs vicentinas e o passadiço foi construído para que elas pudessem passar de um edifício ao outro sem serem vistas. Hoje é propriedade da UFMG e não tem lá muita coisa para se ver. Mas tire um tempo para ficar sentado no pátio da casa. Ele é muito bonito e tem um pé de cajá-manga liberado para quem quiser catar uma fruta). Outra coisa legal para fazer é reparar nos vestígios que ficaram da época em que era um colégio. Tem uma sala de estudos, por exemplo, com potinho de água benta e confessionário: era a sala aonde elas rezavam.

(Foto tirada aqui)

Outro lugar bacana é o Mercado Velho. Mas atenção: visite-o nas sextas à noite, ou nos sábados pela manhã, quando acontece a feira de comidas e bebidas típicas. Nos outros dias o lugar fica vazio, mas ainda assim vale uma foto: dizem que os arcos do local inspiraram Oscar Niemeyer a desenhar a fachada do Palácio da Alvorada, em Brasília. E por falar em Niemeyer, é em Diamantina que fica a casa aonde Juscelino Kubitschek passou sua infância. Traz mobílias e outros acessórios usados pelo ex-presidente, mas faz parte da lista de coisas que não se gasta muito tempo para ver.

Em matéria de museu, o do Diamante é o melhor. O local tem um rico acervo da região de Diamantina e mostra muito da época em que a cidade vivia praticamente em função da extração de pedras preciosas. Lá dentro é possível encontrar arte sacra, mobiliário, armas, pedras preciosas, roupas e entre outros materiais.

Ir ao Mirante também vale a pena, e como disse o morador da cidade no outro post, escolha o horário do por do sol: a cidade ainda é visível e você vê o céu mudando de cor enquanto a cidade acende suas luzes.

Mas gaste muito tempo mesmo é dando uma volta pela cidade! As ruelas de Diamantina com seus becos e casas históricas são lindas. Faça isso todos os dias. Alguns são especiais. Nos fins de semana no Largo da Baiúca (centro), por exemplo, além dos habituais vendedores de bijuterias há mulheres vendendo quitutes como bolo e salgados em algumas ruas. Vez ou outra tem até músicos, de todos os ritmos. Quando se cansar pare em algum dos vários bares do local. Mas vá para outros cantos da cidade também. Os bairros mais afastados são residenciais, mas são bonitos, tranqüilos e muitos deles (como sempre) históricos. Dá pra ficar cansado pois a cidade é cheia (bem cheia) de morros. Não desista!

















(Fotos de Foca Lisboa)

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